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Conheça o homem que dedicou a vida à preservação de ponte icônica do litoral

Muito além da engenharia e da beleza arquitetônica, esse cartão-postal da cidade carrega a memória de quem o protegeu com devoção diária

Luna Almeida

Publicado em 08/04/2025 às 21:53

Atualizado em 08/04/2025 às 22:22

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Quando a ponte foi inaugurada, em 1914, Besson já era muito mais que um operário / Divulgação/PMSV

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Durante mais de 30 anos, um homem simples e determinado fez da Ponte Pênsil de São Vicente não apenas um cartão-postal da cidade, mas também parte da sua própria história de vida. Fernando Besson, imigrante francês que chegou ao Brasil ainda jovem, dedicou décadas ao cuidado e preservação de um dos principais símbolos do litoral paulista.

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Muito além da engenharia e da beleza arquitetônica, a Ponte Pênsil carrega a memória de quem a protegeu com devoção diária. 

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Nascido na França em 1874, Besson imigrou para o Brasil aos 16 anos e encontrou em São Vicente não apenas um lar, mas uma missão: cuidar da ponte como se fosse parte de sua família.

De operário a guardião da história

Fernando Besson começou a trabalhar na obra em 1910, durante a construção da ponte. A partir dali, sua ligação com o local se tornou definitiva. 

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Quando a ponte foi inaugurada, em 1914, Besson já era muito mais que um operário: foi nomeado oficialmente como Guardião da Ponte Pênsil.

Com coragem e cuidado, ele subia pelos cabos de aço, combatia os efeitos da maresia, fazia reparos constantes e ainda impedia que jovens se arriscassem saltando no canal. 

Tudo isso com firmeza, mas também com bom humor, tornando-se uma figura conhecida e respeitada pelos moradores.

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Em reconhecimento ao seu trabalho, em 1927, a prefeitura da cidade autorizou a construção de uma moradia especialmente para ele, bem próxima à ponte. De lá, Besson seguia atento, dia e noite, zelando pelo local que já considerava parte de si.

Uma vida dedicada a um símbolo de São Vicente

Para Fernando Besson, cuidar da Ponte Pênsil era mais que um trabalho. Era um compromisso pessoal. 

Em uma entrevista concedida em 1937, ele chegou a afirmar que não pensava em se afastar da ponte até o fim da vida. Essa ligação afetiva e o senso de responsabilidade foram marcas registradas de sua trajetória.

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Seu legado atravessou gerações. Seu bisneto, Flávio Fernandes, se dedica a manter viva essa história dentro da família e na memória da cidade. 

Para ele, o exemplo deixado pelo bisavô mostra que, mesmo um trabalho silencioso, feito longe dos holofotes, pode ter um impacto profundo quando realizado com amor e responsabilidade.

Um elo entre o passado e o futuro

Hoje, a Ponte Pênsil continua a ligar São Vicente ao seu passado e presente. Mas também carrega a lembrança de um homem que soube, com simplicidade e valores inabaláveis, ser o guardião de um dos maiores patrimônios da cidade.

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Relembrar a trajetória de Fernando Besson é mais do que um resgate histórico. É um convite a reconhecer a importância dos que constroem, preservam e cuidam, mesmo sem grandes reconhecimentos, dos lugares que marcam a identidade de uma cidade.

Assim como ele fez, todos podem ser guardiões do que importa. E em São Vicente, o nome de Fernando Besson permanece vivo, assim como a ponte que ele tanto amou.

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