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Esse fenômeno é um processo natural associado com a presença de montanhas e pode ocorrer em qualquer época do ano
Temperaturas em torno dos 39°C foram observadas em áreas da Baixada Santista, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo / Maíra Gollegã/Leitor DL
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Quem precisou sair na rua nesta segunda-feira (20) nas cidades do litoral de São Paulo vivenciou o 'verdadeiro bafo o satanás'. Brincadeira. Entretanto, temperaturas em torno dos 39°C foram observadas em áreas da Baixada Santista, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. E um dos 'vilões' é o aquecimento adiabático.
Segundo o site Climatempo, o aquecimento adiabático é um processo natural associado com a presença de montanhas e pode ocorrer em qualquer época do ano.
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Esse aumento de temperatura acontece quando a direção dos ventos força a descida do ar montanha abaixo. Neste trajeto, o ar aquece mais ou menos 1°C a cada 100 metros.
Isto é muito típico no litoral de São Paulo, quando sopra o vento de noroeste, antes da chegada de uma frente fria, por exemplo. O ar que desce a Serra do Mar, impulsionado por este vento de noroeste, vai aquecer cerca de 1°C a cada 100 metros.
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Entre a cidade de São Paulo e a Baixada Santista temos quase 800 metros de diferença de altitude. Se a temperatura na região da capital está em torno dos 30°C, com esse vento noroeste empurrando o ar montanha abaixo e se aquecendo mais ou menos 1°C a cada 100 m, o resultado é que lá no litoral, a temperatura vai estar em torno dos 38°C.
Além do aquecimento diabático, por que a temperatura subiu tanto?
Segundo o site Climatempo, esse grande aumento da temperatura na Região Sudeste do Brasil não tem a ver com a onda de calor que elevou muito os termômetros desde a semana passada. O calor do Sudeste neste início de semana é uma combinação de três fatores:
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– A diminuição da nebulosidade e da chuva, permitindo que o sol ficasse forte por muitas horas consecutivas;
– Ausência de ventos frios de origem polar;
– Particularmente nesta segunda-feira, 20 de janeiro, ocorreu o acréscimo de calor por causa dos que os meteorologistas chamam de aquecimento adiabático.
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Na Física, dizemos que um corpo ou um sistema tem uma transformação termodinâmica adiabática quando, durante o processo, não ocorre troca de calor entre este corpo ou sistema e o meio exterior.
O aquecimento adiabático natural é um dos fatores que alimentam grandes incêndios em algumas regiões do planeta.
Os incêndios que ocorrem no noroeste/oeste da Argentina são por causa do vento Zonda, que é um vento adiabático gerado na cordilheira dos Andes.
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Esse tipo de aquecimento adiabático é típico em situações pré-frontais (antes da chegada de uma frente fria), no litoral sul de Santa Catarina, no Vale do Itajaí, no litoral do Paraná, litoral norte do Rio Grande do Sul, no litoral sul do Rio de Janeiro e também na região da cidade do Rio de Janeiro por causa da presença dos maciços.
Na situação pré-frontal, o vento das direções norte/noroeste predominam e onde há a presença de montanhas, pode ocorrer o aquecimento adiabático.
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A presença de ciclones na costa das regiões Sul e Sudeste também podem estimular os ventos de norte/noroeste.
Nesta segunda-feira (20), o vento das direções norte/noroeste se intensificou e predominou em quase todo o Sul e Sudeste por causa da formação de uma frente fria associada a um ciclone extratropical no Sul do Brasil.