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Conheça a história do leão que acordava moradores do litoral de SP com seu rugido

A história do leão foi marcada por resgates, cuidados e um desfecho que chamou a atenção da Justiça

Fábio Rocha

Publicado em 30/10/2024 às 16:10

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Apesar do histórico de maus-tratos, o leão surpreendeu a vizinhança por sua docilidade, convivendo pacificamente com o ambiente ao seu redor / Fernando Feijó/Arquivo/PMPG

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Acordar com o rugido de um leão pode parecer cena de filme, mas isso se tornou uma experiência comum para os moradores do bairro Vila Sônia, em Praia Grande, litoral de São Paulo. A origem desse despertador inusitado era Timbó, um leão africano que se tornou uma figura emblemática e símbolo do bairro. 

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A história de Timbó, marcada por resgates, cuidados e um desfecho que chamou a atenção da Justiça, ainda é lembrada pelos moradores mais antigos da região.

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Naquela época, os circos itinerantes eram populares no Brasil e sempre traziam atrações com animais selvagens, como leões e tigres. Foi em um desses circos que um comerciante local encontrou Timbó, então um filhote de apenas 10 meses. 

O leão estava desnutrido e, infelizmente, havia sofrido maus-tratos: seus dentes e garras foram removidos, prática comum para facilitar o manuseio do animal em espetáculos. Sensibilizado, o comerciante decidiu intervir e negociou a compra do leão com o circo, levando-o para sua chácara na Vila Sônia.

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O local escolhido para o novo lar de Timbó foi uma velha cocheira, onde o leão viveria o restante de sua vida no bairro, em Praia Grande. O comerciante providenciou comida e um espaço confortável para que o leão pudesse se recuperar. Apesar do histórico de maus-tratos, o leão surpreendeu a vizinhança por sua docilidade, convivendo pacificamente com o ambiente ao seu redor. 

No entanto, havia um detalhe que se tornaria famoso: todos os dias, logo ao amanhecer, Timbó soltava um rugido forte e característico que acordava a vizinhança, marcando seu território e lembrando a todos que ele estava por ali.

Com o passar do tempo, Timbó se tornou parte da rotina dos moradores e uma espécie de mascote do bairro. Muitos se acostumaram a ouvir o rugido como um “bom dia” vindo do leão africano. 

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Entretanto, na década de 1990, o comerciante decidiu vender a chácara, mas havia uma condição: o comprador deveria manter Timbó no local e comprometer-se a alimentar o leão até que uma solução definitiva fosse encontrada. 

Esse acordo, no entanto, não foi cumprido. Por conta de desentendimentos, o comerciante passou a ser impedido de entrar na chácara para ver ou alimentar Timbó, o que levou o animal a sofrer novamente com a negligência e, possivelmente, com a fome.

Preocupado com o destino de Timbó, o comerciante denunciou a situação por maus-tratos, buscando amparo judicial para assegurar o bem-estar do leão. Em resposta, a Justiça determinou que o animal fosse retirado da chácara e encaminhado para um lugar onde pudesse receber cuidados adequados. 

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Timbó foi então transferido para um santuário no interior de São Paulo, onde viveria seus últimos anos em paz, cercado por profissionais preparados para lidar com animais selvagens.

A história de Timbó é lembrada em Praia Grande como um capítulo único na vida do bairro Vila Sônia. Um leão, símbolo de força e selvageria, tornou-se um vizinho tranquilo e, apesar dos rugidos diários, era um animal dócil que nunca causou problemas à comunidade. Seu destino final em um santuário deu-lhe a chance de viver seus últimos dias com a dignidade que sempre mereceu.

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