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Conheça a história alemão que quase foi devorado por indígenas no litoral de SP

A história do Brasil é cercada de muito mistério e passagens icônicas. Isso é intensificado no litoral paulista

Igor de Paiva

Publicado em 25/09/2024 às 09:45

Atualizado em 25/09/2024 às 14:16

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A passagem se iniciou a bordo de um navio da frota espanhola, que tinha o objetivo de ocupar o território descoberto no Rio da Plata / Reprodução

A história do Brasil é cercada de muito mistério e passagens icônicas. Isso é intensificado no litoral paulista. Um dos maiores exemplos dessa afirmação é o encontro hostil entre o alemão Hans Staden e a tribo indígena tupinambá nas matas de Ubatuba, em 1554.

A vida do escritor foi cheia de aventuras. Ele viajou para as terras brasileiras e recém descobertas em duas oportunidades. A primeira delas lhe rendeu medalhas por conta da ajuda bélica na ação de frear uma revolta em Pernambuco.

Mesmo com as glórias no campo de batalha, o grande momento da vida de Staden foi a vivência nada agradável com o povo indigena, que era bem diferente da descrição presente nas cartas de Pero Vaz de Caminha.

A passagem se iniciou a bordo de um navio da frota espanhola, que tinha o objetivo de ocupar o território descoberto no Rio da Plata. Apesar de passar por Superagui (PR) e pela até então ilha de Santa Catarina, a embarcação afundou e sua tripulação se separou em grupos.

Com a presença de Hans Staden e em um pequeno navio, um conjunto de pessoas foi até a cidade de São Vicente. No entanto, no meio do caminho, uma tempestade os atingiu e eles precisaram nadar até a pequena vila de Itanhaém.

No local, o alemão foi contratado para ajudar na defesa do forte de Bertioga, que sofria ataques da própria tribo tupinambá.

Durante a procura a um invasor que havia fugido, Hans entrou dentro da mata e foi cercado por um grupo de “selvagens”. De acordo com os relatos do alemão, eles estavam nus, atiravam flecha através de arcos, estavam armados com lanças e mordiam seus próprios braços em tom de ameaça canibal.

Com a tentativa fracassada de se camuflar como um aliado francês, o alemão foi preparado como um jantar em uma grande festa.

Foram nove longos meses de cárcere, onde a ameaça de ser devorado era diária. Entre os momentos de terror, descritos em um livro escrito por ele e publicado na Europa tempo depois, o alemão precisou entrar pulando ao som de uma multidão dizendo que sua refeição estava saltando.

Ainda na obra, Hans explica que o canibalismo não se tratava da luta por matar a fome, mas sim um jeito hostil de tratar os inimigos.

Os resgates franceses e espanhóis não deram certo, ninguém queria entrar em conflito com os tupinambá.

No entanto, as doenças novas transmitidas pelos europeus e as mortes de indivíduos da tribo fez com que os líderes pensassem que o rapto de um “homem branco” causou ira ao deus católico.

Diante do caos, ele foi libertado sem nenhuma resistência. No último dia de outubro daquele mesmo ano, Hans Stade partiu para Paris em um navio francês.

Em sua terra natal, o autor lançou a obra “Duas Viagens ao Brasil". O sucesso conta todas as experiências vividas no litoral de São Paulo.

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