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Esta transformação geológica promete mudar o mapa mundial, desenvolvendo novos litorais e impactando economias, ecossistemas e a dinâmica global
Pesquisas recentes mostram que as placas tectônicas africana e somali estão se afastando / Reprodução/Africa Infohub/YouTube
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Foi confirmado por cientistas especialistas que o continente africano está se dividindo através de um processo tectônico acelerado, fazendo com que um novo oceano surja daqui, no máximo, 1 milhão de anos.
A pesquisadora de pós-doutorado na Royal Holloway University of London, Lucía Pérez Díaz, explica que a parte superior do manto terrestre é dividida em diferentes placas tectônicas que, ao se moverem, podem criar uma fenda semelhante ao que está sendo observado na África.
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Esta transformação geológica promete mudar o mapa mundial, desenvolvendo novos litorais e impactando economias, ecossistemas e a dinâmica global.
Uma extensa rede de fissuras tectônicas que se estende de Moçambique ao Mar Vermelho, o Sistema de Rift da África Oriental é o epicentro de um evento geológico impressionante: a separação do continente africano em duas partes.
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Pesquisas recentes mostram que as placas tectônicas africana e somali estão se afastando a uma velocidade de aproximadamente 0,8 centímetros por ano, uma taxa considerada acelerada no contexto geológico.
Um exemplo notável desse processo ocorreu em 2005, quando uma sequência de 420 terremotos em poucos dias resultou na abertura de uma fissura de 60 quilômetros na região de Afar, na Etiópia.
A região do deserto de Afar, no Sistema de Rift da África Oriental, é única no mundo por permitir que os cientistas observem, em tempo real, a transformação da crosta continental em crosta oceânica.
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A fissura de 60 quilômetros nessa área representa o estágio inicial do surgimento de um novo oceano, um fenômeno semelhante ao que deu origem ao Atlântico milhões de anos atrás.
Os processos tectônicos nessa região estão condensando mudanças que normalmente levariam séculos em apenas alguns dias.
Esse dinamismo fez da África Oriental um verdadeiro laboratório natural para o estudo da formação de oceanos.
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A separação do continente africano trará impactos significativos:
Novos países litorâneos: Nações atualmente sem acesso ao mar, como Uganda e Zâmbia, poderão ganhar costas oceânicas, o que poderá impulsionar suas economias com novas rotas comerciais e oportunidades no turismo.
Mudanças ambientais: Os ecossistemas locais enfrentarão alterações drásticas, demandando medidas estratégicas para garantir a preservação da biodiversidade.
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Desafios na infraestrutura: Políticas e estruturas precisarão ser ajustadas para lidar com mudanças nos aspectos geográficos, climáticos e econômicos da região.
Essa transformação poderá tornar a África uma peça-chave no cenário global, mas será necessário um planejamento cuidadoso para enfrentar os obstáculos que surgirão.
Pesquisadores estão empregando modelos sofisticados para acompanhar a progressão desse fenômeno, analisando o deslocamento das placas tectônicas.
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Além de ampliar a compreensão sobre a gênese dos oceanos, esses estudos também podem fornecer valiosas informações sobre processos tectônicos semelhantes em outras partes do mundo.
O surgimento de um novo oceano na África representa um capítulo marcante na história geológica do planeta, evidenciando a constante transformação da Terra.
Além de alterar a geografia, esse fenômeno desafia nossa compreensão sobre a passagem do tempo e a força das mudanças naturais.
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Esse processo tectônico serve como um poderoso lembrete de que a Terra está em contínua evolução, moldando seu próprio futuro e influenciando diretamente o destino da humanidade.