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Ao longo das últimas décadas, o fenômeno tem se intensificado, resultado de uma combinação de fatores naturais e ações humanas
Localizada na foz do rio Paraíba do Sul, Atafona é naturalmente vulnerável à erosão / Reprodução/YouTube @Barcelos
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Atafona, distrito do município de São João da Barra, no Rio de Janeiro, tem sido palco de um dos mais impressionantes processos de erosão costeira do Brasil. O avanço do mar tem engolido ruas, casas e infraestrutura, alterando drasticamente a paisagem da região e forçando moradores a abandonarem suas residências.
Ao longo das últimas décadas, o fenômeno tem se intensificado, resultado de uma combinação de fatores naturais e ações humanas.
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A progressiva destruição de áreas inteiras da comunidade evidencia a gravidade da situação e a necessidade de soluções urgentes para conter os impactos.
Localizada na foz do rio Paraíba do Sul, Atafona é naturalmente vulnerável à erosão. No entanto, intervenções humanas, como a construção de barragens ao longo do rio e a retirada de areia das dunas, agravaram a situação.
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Essas ações interromperam o fluxo natural de sedimentos que ajudavam a manter a estabilidade da faixa litorânea, permitindo que o mar avançasse sem resistência sobre a terra firme.
Muitas casas foram destruídas e infraestruturas essenciais, como redes de esgoto e eletricidade, também foram comprometidas. Além disso, o turismo e a pesca, atividades fundamentais para a economia local, sofrem impactos severos devido à degradação da orla.
Diante da destruição crescente, moradores têm buscado soluções junto às autoridades para enfrentar o problema.
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Iniciativas comunitárias, como o movimento SOS Atafona, atuam na tentativa de viabilizar medidas emergenciais e estratégias de longo prazo para minimizar os prejuízos.
A aplicação de barreiras artificiais e a realocação de famílias afetadas são algumas das alternativas discutidas, mas a complexidade do problema exige planejamento e investimentos significativos.
A erosão em Atafona não é um caso isolado. Relatórios internacionais alertam para o aumento do nível dos oceanos como um dos maiores desafios ambientais da atualidade.
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Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o nível do mar subiu 13 centímetros na região nos últimos 30 anos, com uma projeção de até 21 centímetros de elevação até 2050.
Esse fenômeno está diretamente ligado ao aumento das temperaturas globais e ao derretimento das calotas polares.
O impacto é sentido especialmente em cidades costeiras, que correm risco de serem parcialmente ou totalmente submersas se ações efetivas não forem tomadas.
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No último ano, duas cidades do Brasil foram mencionadas no relatório das Nações Unidas que emite um alerta mundial por causa da rápida elevação do Oceano Pacífico, com “potencial catastrófico global”.
O Rio de Janeiro, cidade já conhecida mundialmente, e Atafona, no norte do estado.
A diferença é que os moradores de Atafona já sentem na prática os efeitos das mudanças climáticas.
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O distrito se tornou um exemplo alarmante de como a relação entre mudanças climáticas e intervenções humanas pode acelerar processos naturais de destruição.
A urgência em adotar medidas sustentáveis e estratégias de adaptação é cada vez mais evidente para evitar que outras comunidades enfrentem o mesmo destino.