Ao contrário do que muitos pensam, sapos, rãs e pererecas são animais distintos / Freepik/Wirestock
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A divertida cantiga popular “O sapo não lava o pé” faz parte do imaginário de muitas gerações, mas será que suas estrofes refletem a realidade biológica dos sapos? Apesar de seu caráter folclórico, a canção foi analisada sob a ótica da ciência, revelando curiosidades sobre o comportamento desses anfíbios.
Especialistas em biologia e história natural de anfíbios e répteis, do Instituto Butantan, explicam que, embora a música não tenha compromisso com o realismo, alguns versos podem ser interpretados de maneira mais precisa com base na biologia. A seguir, conheça o que é mito e o que é verdade na famosa canção.
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Ao contrário do que muitos pensam, sapos, rãs e pererecas são animais distintos. Os sapos possuem pele mais seca e preferem ambientes terrestres.
As rãs, que podem ser macho ou fêmea, vivem próximas a lagoas, enquanto as pererecas habitam áreas arborizadas e têm facilidade para escalar paredes devido aos discos adesivos nas pontas dos dedos.
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Essa afirmação não é totalmente correta. Sapos, rãs e pererecas não bebem água da maneira convencional, mas dependem dela para sobreviver.
Eles absorvem água através da pele, principalmente pela região inguinal, localizada abaixo da barriga.
Mesmo vivendo em áreas mais secas, os sapos precisam manter-se hidratados constantemente para evitar a perda excessiva de água, que pode ser fatal.
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Em ambientes urbanos, é comum encontrar esses animais próximos a fontes de água, como poças de chuva, banheiros ou locais onde a água se acumula. Nesses espaços, eles buscam hidratar-se para garantir sua sobrevivência.
Nem sempre. Sapos, rãs e pererecas começam a vida como girinos, totalmente aquáticos. Após o desenvolvimento das patas, os sapos se tornam mais terrestres e, em sua vida adulta, retornam à água apenas para a reprodução.
Diferente dos sapos, as rãs são consideradas verdadeiras moradoras da lagoa, permanecendo próximas de fontes aquáticas.
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A pele úmida e brilhante e as patas traseiras longas, que auxiliam na natação e em grandes saltos, são características adaptativas para esse tipo de habitat.
Em geral, os sapos não possuem odor. No entanto, algumas espécies, como os sapos-cururu do gênero Rhinella, liberam um veneno de cheiro forte e desagradável ao serem manipulados. Esse odor funciona como uma defesa natural, afastando predadores como serpentes.
O cheiro ruim é comparável ao exalado por percevejos-verdes, também conhecidos como “maria fedida”, e é parte de um fenômeno chamado impalatabilidade, que torna esses animais pouco atrativos para serem consumidos.
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