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Brasil abrigará maior fazenda de cacau do mundo; saiba onde será

A proposta pode recolocar o Brasil como protagonista em um mercado atualmente dominado pela África Ocidental

Luna Almeida

Publicado em 24/04/2025 às 20:35

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A iniciativa está sendo conduzida pelo agricultor Moises Schmidt / Freepik

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Em meio às incertezas do mercado global de cacau, um projeto brasileiro pode mudar o cenário internacional da produção do fruto que dá origem ao chocolate. No oeste da Bahia, está sendo implantada a maior fazenda de cacau do mundo, com técnicas modernas de cultivo e estrutura de larga escala.

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A iniciativa está sendo conduzida pelo agricultor Moises Schmidt, que aposta em uma produção altamente tecnificada, com irrigação e adubação em áreas extensas, superiores ao tamanho da ilha de Manhattan. 

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Com investimento estimado em US$ 300 milhões, a proposta pode recolocar o Brasil como protagonista em um mercado atualmente dominado pela África Ocidental.

Oportunidade em meio à crise global

A produção de cacau em países como Costa do Marfim e Gana, líderes mundiais no setor, tem enfrentado declínio por conta de doenças, envelhecimento das plantações e impactos das mudanças climáticas. 

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Em consequência, o preço do cacau disparou, alcançando recordes históricos em 2024, com toneladas comercializadas a até US$ 12.931.

Antecipando uma possível escassez, Schmidt iniciou os preparativos para o plantio em 2019. A crise atual acelerou o processo, transformando a situação em uma oportunidade para a agricultura brasileira.

Tecnologia e escala como diferenciais

Com previsão de ocupar 10 mil hectares, a fazenda supera em muito o tamanho das plantações tradicionais, que raramente passam de algumas dezenas de hectares na África. 

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O projeto aposta em práticas modernas já consolidadas em outras culturas, como soja e milho, incluindo:

  • Irrigação mecanizada
     
  • Adensamento de plantas com 1.600 pés por hectare (contra 300 no modelo tradicional)
     
  • Fertilização controlada e manejo técnico de pragas

Até o momento, apenas a colheita permanece como etapa manual. Os primeiros 400 hectares cultivados já apresentaram produtividade dez vezes superior à média brasileira, alcançando 3 mil quilos por hectare, com a meta de ultrapassar os 4 mil. Para efeito de comparação, a Costa do Marfim tem média de 500 kg/ha.

Potenciais riscos

Apesar da promessa de alta produtividade, especialistas apontam riscos ligados à monocultura de clones, que pode aumentar a vulnerabilidade a doenças como a vassoura-de-bruxa, e questionam a qualidade do cacau cultivado a pleno sol, geralmente considerado inferior em sabor ao fruto colhido sob sombra.

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Grandes empresas do setor já demonstraram interesse e apoio ao projeto, como Cargill, Barry Callebaut e Mars, esta última com campos experimentais na região. 

A Bahia oferece vantagens naturais, como solo fértil, topografia favorável e abundância de água.

Se o cenário de preços elevados se mantiver, a expectativa é que o Brasil amplie significativamente sua área de produção, podendo atingir até 500 mil hectares e 1,6 milhão de toneladas anuais dentro de uma década. 

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A expansão pode consolidar o país como uma alternativa estratégica de fornecimento para a indústria global do chocolate.

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