A última aparição registrada da espécie nessa parte do planeta ocorreu há mais de 200 anos / Reprodução/Youtube/Richard Rasmussen
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Pesquisadores do New England Aquarium foram surpreendidos durante um voo de monitoramento na costa leste dos Estados Unidos, próximo à região de Nantucket.
O motivo da surpresa foi o avistamento de uma baleia que mergulhava e ressurgia na superfície do mar, comportamento comum entre os cetáceos, mas que, desta vez, se tratava de um animal extremamente raro.
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A baleia avistada era uma baleia-cinzenta (Eschrichtius robustus), espécie que não era vista no Oceano Atlântico desde o século XVIII, devido à caça predatória.
A última aparição registrada da espécie nessa parte do planeta ocorreu há mais de 200 anos, quando a indústria baleeira quase levou o animal à extinção.
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A baleia-cinzenta é considerada única em sua família e gênero. Com cerca de 15 metros de comprimento e até 35 toneladas, ela costuma se alimentar no fundo do mar de pequenos crustáceos, plânctons, krills e moluscos.
Originalmente, era uma espécie encontrada em todo o Hemisfério Norte, mas, nos últimos dois séculos, só era vista no Oceano Pacífico Norte.
Acredita-se que o derretimento do gelo na Passagem Noroeste, região que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico através do Ártico canadense, tenha possibilitado o retorno dessa espécie para áreas onde ela não era mais registrada há muito tempo.
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As baleias-cinzentas são conhecidas por realizar uma das maiores migrações de qualquer mamífero do planeta, podendo percorrer de 16 mil a mais de 20 mil quilômetros por ano.
No entanto, essa longa jornada também expõe os animais a ameaças como colisões com embarcações e o risco de ficarem presos em equipamentos de pesca. A expectativa de vida da espécie é estimada entre 75 e 80 anos.
Além da baleia-cinzenta, outras espécies de baleias são comuns na costa brasileira, principalmente durante os períodos de reprodução.
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A baleia-franca (Eubalaena australis) tem presença marcante no litoral de Santa Catarina. Elas migram para águas mais quentes e tranquilas do Brasil para o nascimento de seus filhotes, que chegam a medir de 4 a 5 metros e pesar cerca de duas toneladas.
A espécie pode atingir 17 metros de comprimento e pesar até 90 toneladas. Mesmo com um crescimento populacional estimado em 4,8% ao ano, a baleia-franca ainda integra a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas no Brasil.
Já as baleias-jubarte também são avistadas com frequência na costa brasileira. Pertencentes ao grupo dos misticetos, elas não possuem dentes, mas sim barbatanas que funcionam como filtros.
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Historicamente, a população de jubartes se distribuía do Rio Grande do Norte a São Paulo, concentrando-se hoje principalmente no Banco dos Abrolhos, entre a Bahia e o Espírito Santo, e no litoral norte paulista, na costa de São Sebastião, onde a temporada de avistamento de baleias já vai começar.
Com o aumento da população da espécie nos últimos anos, os avistamentos têm se tornado cada vez mais comuns também em outras regiões, como o litoral de Ilhabela, em São Paulo, e a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
Mesmo com sinais de recuperação, todas essas espécies ainda enfrentam desafios que ameaçam sua sobrevivência.
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O aparecimento inesperado da baleia-cinzenta no Atlântico reacende o alerta para a preservação dos mares e o monitoramento constante da vida marinha.