13 de Setembro de 2024 • 12:16
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O Diário conversou com o biólogo, Edson Ventura, do Instituto Bioventura, para entender os riscos que esse contato pode trazer para a população e também aos animais
Os registros de animais silvestres nas cidades estão se tornando cada vez mais frequentes / Edson Ventura/Arquivo Pessoal
Os registros de animais silvestres nas cidades estão se tornando cada vez mais frequentes e não é muito raro ver fotos ou vídeos nas redes sociais de populares relatando a presença de algum animal florestal.
Nesta quarta (21), o Diário publicou um vídeo da aparição de dois Cachorros-do-mato no Guaraú, em Peruíbe, bem pertinho da casa das pessoas.
Por conta desta e de outras histórias, a reportagem conversou com o biólogo, Edson Ventura, do Instituto Bioventura, para entender os riscos que esse contato pode trazer para a população e também para os animais silvestres.
Ed: Cada ano que passa percebemos que diversas espécies da fauna silvestre se aproximam das áreas antropizadas (áreas alteradas por ação humana) e isso levanta problemas como caça, atropelamentos, envenenamentos, ataques e predação dos silvestres pelos domésticos e talvez o mais importante: a proliferação de zoonoses que animais domésticos doentes podem passar para os silvestres. O contrário também pode acontecer e até passar para as pessoas, um problema de Saúde Única.
Ed: A Saúde Única é uma abordagem global que visa equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde de pessoas, animais e ecossistemas. No entorno das Unidades de Conservação da Juréia-Itatins existem muitos bairros e, nestes locais, a proximidade dos animais domésticos, como cães e gatos, com os animais selvagens podem potencializar a transmissão de doenças zoonóticas e causar extinção de espécies.
Ed: A perda do habitat natural é o principal agente atuante na aproximação de animais silvestres à casa das pessoas. Estamos cada vez mais ocupando áreas naturais com nossas cidades.
Ed: Ao avistar um animal silvestre próximo da sua casa deve-se manter distância e não interferir, ou seja, deixar ele seguir seu caminho. Caso seja necessário a remoção dele, chame os órgãos ambientais responsáveis.
Ed: Alguns animais silvestres podem transmitir raiva, salmonela, leptospirose entre outras.
Ed: Podemos infectá-los com bactérias comuns para nós, como por exemplo a tuberculose. Os animais silvestres não estão preparados imunologicamente contra essas bactérias que passamos para eles.
Ed: Diversas espécies estão se adaptando ou entrando em áreas ocupadas por nós. As mais comuns são os saruês, os cachorros-do-mato, capivaras, diversas espécies de aves, diversas espécies de répteis, insetos, teiús, aracnídeos como escorpiões, ou seja, afeta uma imensa fauna. Até felinos, como a onças-pardas, jaguatiricas já são registradas em ambientes alterados.
Ah, esqueci de mencionar. Alguns animais domésticos também podem ser feridos em contatos diretos com os animais silvestres. Por exemplo, os ouriços, que quando são mordidos por cachorros, se defendem com seus espinhos e gera ferimentos aos cães. Um exemplo clássico. Lembrando que os ouriços não lançam os espinhos e sim espetam. Queria deixar registrado que eu trabalho com a veterinária e também bióloga, Lú Ventura.
O Instituto Bioventura é uma organização formada por biólogos, veterinários e pessoas comprometidas com a conservação da Mata Atlântica.
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