Ave rara no litoral de SP é fotografada em pleno calçadão de Peruíbe

Dois observadores de aves tiveram uma sorte danada no último final de semana ao saírem para observar as aves limícolas em Peruíbe. Por lá, eles tiveram a sorte de fotografar um Trinta-réis-escuro, passeando tranquilinho em uma calçada na beira da praia da cidade, nem parece que o bicho gosta mesmo de alto-mar.

Quem fez o registro foi a Bióloga e membro do Clube de Observadores de Aves de Santos (COA Santos), Renee Leutz Lopes de Oliveira, que contou da alegria de ver o bicho:

"Foi uma surpresa e tanto encontrar esse bicho tão lindo. É uma ave rara. Avistamos sobrevoando a beira d'água e o Fábio ficou todo eufórico. Tirei várias fotos desfocadas dele em voo, até que ele pousou bem no meio fio. Parecia cansado. Quase virou almoço de um carcará, mas conseguiu fugir. Eu só conhecia de nome. Foi uma alegria vê-lo!"

Renee estava sendo guiada pelo biólogo Fábio Barata, que falou um pouco do roteiro feito no dia e também o motivo do registro ser importante para Peruíbe e região:

“Hoje acordei pela manhã e a Elen Dias, com dor de garganta, me pediu para substituí-la como guia para acompanhar sua amiga observadora de aves. Seguindo o roteiro planejado, fomos em direção às praias em busca de aves limícolas. Durante a observação de um bando de batuíras e maçaricos, notei uma ave escura voando ao nosso lado. Rapidamente avisei à Renee que se tratava de um trinta-réis-escuro (Anous stolidus), uma espécie rara em nossa região. Falei para ela fotografar, pois era uma oportunidade especial. Cerca de 3 km à frente, fizemos uma nova parada para procurar a ave e, para nossa surpresa, ela passou voando novamente, desta vez pousando visivelmente cansada. Conseguimos nos aproximar e registrar excelentes fotos. Embora seja uma espécie com ocorrência em Fernando de Noronha e outras ilhas brasileiras, em nossa região é a terceira vez que a avisto em Peruíbe, sendo mais um importante registro para a cidade”.

Trinta-réis-escuro

O Trinta-réis-escuro nada bem e frequentemente pousa sobre a água. É uma ave colonial e nidifica em lugares elevados em ravinas ou então em pequenas árvores ou arbustos. Só raramente nidifica no solo. Faz um ninho muito precário sobre a rocha, onde põe apenas 1 ovo, cor de creme, pintalgado de marrom mais escuro. No Brasil, vive no arquipélago dos Abrolhos, Fernando de Noronha, Atol das Rocas, Trindade e Penedos de São Pedro e São Paulo. Mas ocorre também em outras ilhas e rochedos do oceano atlântico, das Bahamas e Antilhas até a África ocidental, conforme dados do wikiaves.

No litoral de São Paulo, há registros no Guarujá, na Ilhabela e em Ubatuba, além de Peruíbe, é claro.