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Ave considerada uma das maiores migrantes do mundo chega ao Litoral de SP; conheça

A ave não sai simplesmente da América do Norte voando a esmo e chega no Brasil. Ela segue por verdadeiras estradas aéreas

Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário

Publicado em 24/09/2024 às 06:45

Atualizado em 24/09/2024 às 08:50

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O Maçarico-de-bico-virado (Limosa haemastica) veio do polo norte e chegou ao litoral paulista / Bruno Neri/Divulgação

O Maçarico-de-bico-virado (Limosa haemastica), que vem do polo norte, chegou ao litoral paulista e foi fotografado em Peruíbe, no encerramento do 4º Festival das Aves Costeiras. Ela foi vista por todos aqueles que fizeram a saída de campo realizada no domingo (15).

O grupo admirava aves no Guaraú até que um outro observador de aves, Davi Pasqualetti, membro do GOA Peruíbe, avisou que essa ave estava na praia de Peruíbe, nas proximidades do corpo de bombeiros, fazendo com que todos saíssem correndo para ver e fotografar.

A correria toda se justifica, pois, de acordo com o biólogo, Bruno Lima, que estava presente no dia do achado, essa ave se cria na Baía de Hudson, no Canadá, segue uma rota atravessando o Golfo do México e entra na América do Sul pela Venezuela.

“Durante a migração, para fugir do inverno do polo norte, a espécie entra na América do Sul pela Amazônia, desce beirando a Cordilheira dos Andes e então "vira" na direção do litoral. Chega ao litoral brasileiro, onde pode ser encontrado desde o estado do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul”.

De acordo com o biólogo, o maçarico-de-bico-virado não sai simplesmente da América do Norte voando a esmo e chega no Brasil. Eles seguem verdadeiras estradas aéreas, caminhos invisíveis nos céus, mas tão conhecidos para elas quanto as ruas são para as pessoas. Ele falou que, além da rota dita acima, existe outra feita por essa espécie, mas que é utilizada por aquelas que se reproduzem entre o Canadá, os Estados Unidos e o sul do Alaska:

“Já as populações que se reproduzem entre o Canadá, os EUA e o sul do Alaska seguem uma rota mais radical: depois de sobrevoarem toda a vasta extensão da América do Norte se lançam para o Pacífico, e sobrevoam esse enorme oceano até chegarem lá no extremo sul da América do Sul”, disse o biólogo.

Vale contar que esse maçarico usa o bico longo como uma grande pinça para tirar da areia os bichinhos de que se alimenta. Pode ser encontrado solitário, aos casais, em pequenos bandos ou mesmo com outras aves limícolas, como a batuíra-de-bando e o batuiruçu-de-axila-preta. Alimenta-se de crustáceos, vermes, moluscos e, ocasionalmente, de insetos.

Na Baixada Santista já foi fotografada em Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Peruíbe, Praia Grande e Santos, de acordo com os dados do Wikiaves.

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