Educação
Luciana Avelino Ramos trabalhou por 30 anos na rede municipal da Cidade e, mesmo depois de se aposentar, arrumou uma forma de continuar ensinando por amor à profissão e à música
Professora continua ministrando aulas de Música de forma voluntária / Luana Fernandes/DL
Continua depois da publicidade
Muitos motivos a professora Luciana Avelino Ramos teria para curtir sua aposentadoria após 30 anos de trabalho ininterrupto na rede municipal de ensino de Cubatão. Mas o amor falou alto e fez ela abdicar dos dias de "folgas merecidas" para continuar lecionando.
Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.
Continua depois da publicidade
"Não consigo ficar longe dos meus pequenos, não sei o que faria se parasse", conta a Tia Lu, como é chamada carinhosamente pelos alunos e funcionários da Unidade Municipal de Ensino (UME) Estado do Amapá, na Ilha Caraguatá.
A professora continuou na escola ministrando aulas de Música de forma voluntária. "Este ano eu me aposentei. Logo depois, a gente já tinha escrito o projeto. Então, perguntei à Seduc se eles autorizavam que, voluntariamente, eu continuasse trabalhando com esse projeto. Eu trabalho com isso há muitos anos, paralelamente ao meu trabalho como professora", conta Luciana.
Continua depois da publicidade
Fã de Chico Buarque, tia Lu usa as músicas que gosta de ouvir para contar um pouco da história do País ou dos sentimentos que fazem parte do cotidiano.
"Trabalhando com música nas minhas aulas, eu conheci 'João e Maria (música de Chico Buarque) e me apaixonei pelo cantor. Levo um pouco dessa minha paixão para os alunos", comenta.
A reportagem do Diário do Litoral acompanhou uma das aulas do projeto com uma classe do 1º ano do Ensino Fundamental. Meninos e meninas, na fase dos 7 anos, curiosos e entusiasmados com a chegada da professora na sala.
Continua depois da publicidade
"Tia, eu só fico quieto se for na sua aula", contou um dos alunos. Mas a promessa não foi cumprida. A aula da tia Lu é a preferida e fez todos levantarem da cadeira. Com paciência, a professora passa letra por letra, dança junto com eles e explica o significado da música.
"Sou feliz, alegre e forte". Cantando Marisa Monte e com os olhinhos brilhando, eles seguem o ritmo que a professora dita. "Com a música, a gente consegue se entender e quebra um pouco a rotina de sala de aula", conta a professora.
"Eu não sou formada em música, só o que eu passo para eles é o que aprendo por ser apaixonada por ela", declara Luciana.
Continua depois da publicidade
Na escola, os próprios funcionários reconhecem que o trabalho de Luciana faz diferença.
"As turmas que passam por elas são mais comunicativas, sabem se expressar, não tem vergonha", explica uma das colegas professoras enquanto a aposentada mantém a modéstia. "Não faço para ser diferente. Faço porque sei que faz diferença para eles", comenta a professora.
A empolgação dos alunos quando encontram com a tia Lu mostram isso. "Tia, vai ter aula de música hoje?", questionam as crianças que passam por ela na escola. Os pequenos do primeiro ano também confirmam a diferença: "eu gosto da aula de música porque a gente aprende a cantar e por causa da tia Lu", contam. "Não sei nem quem eu seria sem eles", finaliza Luciana.
Continua depois da publicidade