Protesto denunciou precariedade no atendimento em Cubatão / Nair Bueno/DL
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Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, uma situação grave ocorre em Cubatão. Ontem, às 10 horas, mulheres HIV Positivo fizeram uma manifestação pública em frente à Prefeitura para denunciar o descaso e a falta de tratamento adequado no Município. O termo HIV Positivo é utilizado para quando o paciente que está infectado pelo vírus da Aids, normalmente esse estágio é assintomático.
A situação foi denunciada na última reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde de Cubatão. Apesar de ter ciência pois teria participado da reunião, a secretária de Saúde do Município, Andréa Pinheiro, foi notificada, em 27 de janeiro, pela representante estadual do Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas e a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS no Estado de São Paulo, Fabiana de Oliveira Paulo Giacomini.
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Segundo os manifestantes, há denúncias graves que colocam em risco o tratamento e as vidas, algumas já perdidas, de aproximadamente 500 PVHA – identidade assumida por movimento social e por pessoas que vivem com HIV/Aids - e, ainda colocam em dúvida a aplicação integral dos recursos destinados ao controle, diagnóstico, prevenção e tratamento da saúde desta população.
SEM MÉDICO.
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Segundo documento enviado a diversas autoridades da área da saúde regional e estadual, o Serviço de Assistência Especializada em IST/AIDS e Hepatites Virais de Cubatão está sem médico infectologista. Os atendimentos têm sido realizados esporadicamente por estagiários sem nenhuma supervisão.
Informam que quando se tem condições financeiras ainda que mínimas, a PVHA busca por socorro em outros municípios da Baixada Santista - do contrário, tem abandonado o tratamento.
Também falta infraestrutura para o trabalho dos profissionais, equipamentos, medicamentos e insumos básicos. A dispensação dos medicamentos antirretrovirais tem acontecido sem nenhum acompanhamento médico.
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As PVHA não se sentem seguras quanto ao sigilo do diagnóstico. E, conforme relatam, o absentismo dos gestores do município de Cubatão tem impactado na saúde física e mental delas.
Pela Constituição brasileira, as pessoas que vivem com HIV/AIDS, assim como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm direito à saúde pública com dignidade.
Os movimentos lideram a manifestação em Cubatão e também enviaram a situação para outras autoridades da área em questão, como Draurio Barreira Cravo Neto, diretor do Departamento de Vigilância de IST/AIDS e Hepatites Virais; Eleuses Paiva, secretário Estadual de Saúde; Alexandre Gonçalves, diretor do Programa Estadual de IST/AIDS; Vera Lucia de Souza, diretora do GVE XXV Santos; Celeide Aparecida da Silva, coordenadora do Programa Municipal de IST/AIDS Cubatão e outros.
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PREFEITURA.
A Prefeitura informa que o Diário Oficial publicou nessa quinta-feira (9), edição 1.193, o resultado do chamamento público da organização social que fará a gestão dos serviços de Atenção Básica e especialidades no município.
No contrato, serão repostos os infectologistas que pediram afastamento de suas funções no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Vigilância em Saúde. De acordo com a publicação do Diário Oficial, há um prazo de cinco dias úteis para contestações, após o qual o contrato será assinado.
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Até a conclusão do chamamento público, os atendimentos no CTA estavam sendo realizados de forma normal para a dispensação de medicamentos para pacientes regulares e realização de exames, com encaminhamento de novos casos positivos para serviço de referência ou outra unidade de Saúde.
Durante esse período, o serviço contou também com o apoio de uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade São Judas formada por médico-professor e alunos. (Carlos Ratton)
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