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O escritor e cartunista Ziraldo, de 80 anos, passou mal no fim da manhã desta quinta-feira, enquanto visitava o pavilhão brasileiro na Feira do Livro de Frankfurt. Sentindo forte arritmia, ele teve a pressão medida por um médico no ambulatório e foi encaminhado para um hospital da cidade. Lá, fez exames e os médicos recomendaram que Ziraldo passasse a noite internado. Estava animado, agitado e falante, contou sua filha Daniela Thomas. "Jantou mais de uma vez, pois achou insuficiente a comida", disse. "Um verdadeiro menino maluquinho". Nesta sexta, a família deve passar mais detalhes ao médico do cartunista, no Rio, que vai orientá-la sobre uma possível volta antecipada.
Ziraldo é um dos 70 autores da comitiva oficial do Brasil na feira do livro e isso tudo aconteceu um pouco antes do debate "Brasil: Um País de Ilustrações e Cartuns", que reuniria o cartunista e Mauricio de Sousa. Mesmo preocupado com o colega, o criador da Turma da Mônica falou para um auditório lotado e atendeu os fãs - dessa vez, não as crianças que são vistas nas intermináveis filas de autógrafos das bienais brasileiras, mas adultos, que se acotovelavam por uma foto, um autógrafo ou para deixarem seus livros com o ídolo.
"Para mim, cada um deles é uma criança, voltando às reminiscências com as mesmas emoções e o mesmo carinho pelos personagens", disse, antes de se dirigir ao estande coletivo do Brasil, do qual a Mauricio de Sousa Produções participa pela primeira vez. Do lado de sua prateleira, na parede, desenhou a Mônica e escreveu "Viva o Brasil em Frankfurt".
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Na feira, ele lançou Pelezinho e a graphic novel do Astronauta em alemão e para se encontrar com leitores daqui. "Estamos no limiar de uma nova era, sem fronteiras. Temos que nos preparar para a derrubada da Babel. Não há mais tempo para diferença. Criança é igual no mundo inteiro", disse ele, que visitou escolas alemãs e desenhou com crianças que não conheciam seus personagens. Mas isso não fez diferença, afirmou.