Cotidiano
Segundo engenheiro encaminhado pela Promotoria, EMTU e Administração terão que resolver o problema em conjunto. Foram os próprios moradores que apontaram os problemas ao engenheiro Sobrinho
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A Prefeitura de São Vicente foi a única parte que não atendeu a determinação da promotora de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente da Baixada Santista (Gaema-BS), Almachia Zwarg Acerbi. Engenheiros da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), técnicos da Cetesb, engenheiro assistente técnico da Promotoria e moradores do bairro participaram de vistoria no local, na manhã de ontem.
“A Prefeitura tem que trabalhar em conjunto com a EMTU e ela é a responsável pela drenagem do local”, explica Miguel Garcia Sobrinho, engenheiro indicado pela Promotoria após verificar as obras do VLT no bairro, as galerias assoreadas e as valetas construídas pela EMTU.
Para os moradores, a solução está em aberturas por baixo dos trilhos do VLT para dar vazão à água da chuva que, após as obras, se acumulam na Rua da Constituição e invade moradias e garagens de prédios. “Isto aqui virou um verdadeiro dique”, reclamou o comerciante Paulo Lichtner, morador do bairro há 50 anos, apontando para o trilho por onde vai passar o novo meio de transporte da Região.
Foram os próprios moradores que apontaram os problemas ao engenheiro Sobrinho, que deve preparar um relatório para entregar à Promotoria. “Vou fazer um laudo e entregar para a promotora. Ela vai decidir se convoca uma nova reunião ou se propõe um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre a EMTU e a Prefeitura”, explica.
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Para os engenheiros da EMTU, o problema de infraestrutura é bem maior. “Estamos aqui para ajudar a resolver o problema, mas não depende só de nós. A Prefeitura também precisa estar presente”, afirma o engenheiro civil responsável pela obra, Andrison Ribeiro. Também respondendo por parte da EMTU, o engenheiro civil Osamo Okumura vai mais além. “O problema começa na captação da água que desce o morro. Ela vem superficialmente. Ela precisa ser captada corretamente e ser encaminhada para um sistema de tubulação”, explica.
Mesmo após a reunião, os moradores não ficaram satisfeitos com as respostas. “O nosso problema é bem maior. Não podemos ficar com ônus desta obra, não merecemos isto”, reclama o turismólogo Renato Marchesini. Pra reforçar a reclamação, Sobrinho avisa aos engenheiros da EMTU: “vocês terão que apresentar um projeto — junto com a Prefeitura — para resolver este problema”. O DL contatou a Prefeitura de São Vicente sobre o assunto, mas, até o fechamento desta edição, a Administração não respondeu aos questionamentos da Reportagem.
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Problema piorou
“Moro aqui há 12 anos. Nunca vi esta via encher. Antes, quando chovia muito forte, a rua enchia até altura da calçada, mas, cinco minutos após o temporal, esvaziava. Depois das obras, isso acabou. A água chegou na metade do meu carro. Teve gente que perdeu o carro porque a água levou. Algumas moradias, a água cobriu móveis. Não tem como dizer que as obras não fizeram isso”, conta o despachante aduaneiro Florival Seixas.
Já o comerciante Paulo Lichtner, morador do bairro há 50 anos, sabe que o local já sofreu com enchentes. “Há mais de 12 anos, ocorreram enchentes por aqui. Mas o Estado fez um trabalho no bairro e as cheias diminuíram. O pesadelo voltou agora. Estamos represados pelo trilho do VLT”, lamenta.
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No último sábado, dia 6, o Diário do Litoral publicou a denúncia dos moradores da Rua da Constituição: desde agosto, eles sofrem com enchentes no bairro.
Segundo eles, os problemas são decorrentes das obras do VLT, que retiraram a drenagem natural e elevaram o nível da rua. “Nós fizemos inúmeras reclamações, tentamos o diálogo, mas não tivemos resposta. Só tivemos resposta quando denunciamos o caso ao Ministério Público e a doutora Almachia comprou nossa briga”, explica Marchesini. Após a denúncia, o MP convocou as partes e determinou uma vistoria no local.
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Valeta será refeita
Os engenheiros da EMTU garantiram que a valeta construída no final da Rua da Constituição será refeita. As obras devem começar em 15 dias. “Toda a água da chuva que vem do morro e da Divisa caem aqui na rua por causa desta valeta. Isto só piora a situação”, reclama a aposentada Arlene de Almeida, moradora do Edifício Jurecê, situado em frente à valeta.
Segundo o engenheiro Andrison Ribeiro, a valeta foi feita de forma provisória porque a EMTU encontrou problemas para a retirada de árvores do local. “Esta vegetação pertence ao condomínio e aos moradores. Elas não são catalogadas. Por isso, encontramos dificuldades para retirá-las daqui”, explica. Em conversa com os moradores dos edifícios vizinhos, o engenheiro garantiu que tentará preservar as árvores durante a nova obra no local.
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