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Quatro dias após a passagem do tufão Haiyan, sobreviventes nas ilhas da região central das Filipinas estão desesperados por comida e pedem para ser retirados dos locais atingidos. Se não bastasse a toda a devastação sofrida no país, a tempestade Zoraida, que deve atingir o país nas próximas 12 horas, vai fazer um caminho muito parecido com o de Haiyan. Embora os ventos de Zoraida devam ser mais fracos - de 160 quilômetros por hora -, devem dificultar ainda mais os trabalhos de resgate.
O tufão recebeu outro nome no país: Yolanda. Autoridades filipinas costumam fazer isso porque é mais fácil para a população do país se referir a nomes comuns no país do que a nomes estrangeiros.
O Exército filipino informou que o corte das linhas de comunicação prejudica a coordenação com departamentos de governos locais na cidade de Tacloban, que foi duramente atingida. Segundo o brigadeiro general Virgilio Espineli "estamos organizados, temos comando e controle. Mas como entramos em contato telefônico com o departamento de bem-estar social, com o departamento de saúde, de serviços públicos e estradas?"
Pouca comida chegou até agora a Tacloban. No aeroporto da cidade, as pessoas se amontoam no prédio destruído do terminal de passageiros e gritam para os soldados que estão com fome.
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O major Leo Liebreih, do Exército norte-americano, disse que as forças dos Estados Unidos esperam enviar cinco aviões de carga C-130 para Tacloban nesta terça-feira para retirar pessoas do local. "Estamos levando suprimentos e partindo com pessoas que precisam ser removidas" para Manila, disse ele. "Está bastante caótico".
Um arsenal militar, que ficava ao norte do aeroporto de Tacloban, foi destruído pela tempestade, o que espalhou explosivos, granadas e armamento militar pela área. Parte desse material está no meio da lama. Militares tentam manter a população longe da região que, em algum momento, terá de vasculhada e o material, retirado.
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Muitos sobreviventes expressam preocupação com os corpos que flutuam no mar ou estão espalhados pelas cidades. Eles deveriam ser removidos imediatamente, porque, caso contrário, todos ficaremos doentes", disse Helen Cordial, de 40 anos. Mas profissionais da área médica dizem que os corpos são um perigo insignificante para a saúde pública. "Após um desastre, a principal prioridade é ajudar os vivos. Correr para enterrar os mortos desvia recursos dos esforços de resgate e pode impossibilitar a identificação posterior dos corpos", afirmou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Recuperação
Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), as Filipinas precisarão de US$ 301 milhões em ajuda após a devastação promovida por Haiyan. Vários governos e agências humanitárias já prometeram o envio de recursos para o país.
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A subsecretaria-geral para Assuntos Humanitários da ONU, Valerie Amos, liberou US$ 25 milhões em ajuda emergencial para o país asiático. Os Estados Unidos prometeram US$ 20 milhões em ajuda imediata e enviaram o porta-aviões USS George Washington para o país, onde deverá chegar em dois dias para prestar assistência. Funcionários da Agência norte-americana para o Desenvolvimento estão em vários pontos do país para monitorar os danos.
O Reino Unido enviou um navio de guerra e vai doar o equivalente a US$ 16 milhões em assistência humanitária para as vítimas do tufão. O país também vai enviar aeronaves de transporte militar para ajudar nos esforço de recuperação. O governo australiano anunciou ajuda no valor de 10 milhões de dólares australianos (US$ 9,4 milhões) que inclui o envio de assistência médica emergencial e ajuda para organizações não-governamentais.
O Canadá prometeu doar até US$ 5 milhões em ajuda para organizações humanitárias que trabalham em território filipino, além de cobrir cada dólar doado por cidadãos do país a organizações canadenses que ajudem as vítimas do tufão.
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A China prometeu ajuda inicial de US$ 200 mil, divididos em US$ 100 mil do governo e outros US$ 100 mil da Cruz Vermelha Chinesa enquanto avalia as necessidades dos filipinos. Taiwan informou que vai enviar US$ 200 mil em ajuda.
O governo japonês vai doar US$ 10 milhões e enviou um grupo de 25 pessoas da área médica para ajudar as vítimas do tufão.
O Programa Mundial de Alimentos da ONU alocou US$ 2 milhões para auxílio aos filipinos e funcionários da agência participam de missões para avaliar os danos nas províncias de Leyte e Samar. O Unicef vai enviar 66 toneladas de suprimentos de emergência, que inclui água, sistemas de purificação de água, equipamentos para estocagem e materiais de saneamento. A agência aceita doações por meio de seu site.
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