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Motoristas e cobradores de ônibus da região metropolitana de Florianópolis decidiram, em assembleia nesta quinta-feira (14), que só vão trabalhar enquanto houver luz do dia. A jornada, que deve começar por volta das 7h e se estender até as 19h, valerá a partir desta sexta-feira (15).
De acordo com o secretário de comunicação e imprensa do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano da Grande Florianópolis (Sintraturb), Dionísio Linder, a categoria, que reúne 4.500 trabalhadores, está apreensiva e teme “maiores danos” em função dos ataques que ocorrem em Santa Catarina desde o dia 30 de janeiro.
“Todo dia tem um ataque em um lugar diferente. A Polícia Militar está fazendo seu papel, escoltando os ônibus, mas os atos de violência não param e estamos enfrentando uma situação arriscada. Depois que acontecer um mal maior, não vai adiantar chorar pelo leite derramado”, disse.
Para Linder, a definição de um horário reduzido de circulação dos coletivos de forma padronizada vai ajudar a população a se organizar. “O que acontece hoje é que tem empresa que tira [o ônibus] de circulação às 20h, outras, às 22h, outras às 19h e ninguém sabe direito. Agora, todo mundo sabe: só estaremos em circulação enquanto durar a luz do dia”, destacou, acrescentando que 1.100 ônibus de nove empresas circulam na região metropolitana de Florianópolis.
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De acordo com a Polícia Militar, na madrugada de hoje, um caminhão foi incendiado em Tubarão, no sul de Santa Catarina. Com a ocorrência, subiu para 98 o número de atentados em 30 cidades catarinenses desde o dia 30 de janeiro. No período, 37 ônibus foram incendiados.
As autoridades ligadas à área de segurança pública mantêm sigilo sobre os detalhes das ações para conter a onda de violência no estado. No fim da tarde de ontem (13), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reuniu-se com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, em Florianópolis. De acordo com o Ministério da Justiça, ele voltou a colocar as tropas da Força Nacional de Segurança à disposição do estado, mas não foram revelados detalhes sobre a quantidade de homens que poderiam ser enviados ou como seria a atuação deles.
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Na reunião, as autoridades também discutiram a transferência de presos de facções criminosas que atuam dentro do sistema prisional para unidades de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), conforme anunciado na semana passada. As autoridades alegam que, “por medida de segurança”, não serão reveladas possíveis datas para a ação nem os locais para onde os presos serão levados.
Segundo o ministério, as informações dos acertos entre o governo estadual e a pasta não estão sendo divulgados para não comprometer o objetivo das ações para conter a onda de violência.
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