Cotidiano

Vingança por morte de santista põe carnaval de São Paulo em risco

Além da Torcida Jovem, participará do desfile de segunda-feira (3) a Independente, cujos integrantes são suspeitos de terem atacado Márcio Barreto de Toledo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 25/02/2014 às 21:27

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A morte de Márcio Barreto de Toledo, de 34 anos, integrante da Torcida Jovem, do Santos, ocorrida no último domingo após ser espancado por são-paulinos, transformou o desfile do Grupo 1 da Uesp (União das Escolas de Samba Paulistanas), programado para segunda-feira, no Anhembi, em um evento de alto risco. Além da Torcida Jovem, participará do desfile a Independente, cujos integrantes são suspeitos de terem atacado Toledo.

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Há o temor de que santistas tentem aproveitar o carnaval para vingar a morte do colega. Nesta terça, por exemplo, vários torcedores usaram o Facebook da Torcida Jovem para postar ameaças a são-paulinos. Entre mensagens de apoio e solidariedade à família de Toledo, internautas falavam em vingança. "Vai ter volta. Quem bate esquece, quem apanha nunca esquece", escreveu um torcedor.

Na página de Luan de Lima Croce, torcedor santista baleado após confronto com são-paulinos na rodovia Anchieta, também aparecem ameaças aos são-paulinos. "Vai ter troco", escreveu um usuário da rede social.

A Polícia Militar promete reforçar a segurança no Anhembi e nos arredores do sambódromo a fim de evitar novos conflitos. "Já havíamos conversado com as torcidas para organizar a chegada, posicionamento e saída delas, mas depois dos episódios de domingo estamos com a atenção redobrada", disse o capitão André Oliveira, do 9.º Batalhão, responsável pelo policiamento do Anhembi durante o carnaval.

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Serão destacados 300 homens, mesmo efetivo usado nos desfiles das escolas do Grupo Especial, que serão realizados na sexta-feira e no sábado e levam um público muito maior ao sambódromo. Policiais também serão espalhados nas principais vias de acesso ao local e nas estações de Metrô. "A preocupação é geral, não só com a área do Anhembi, até porque no domingo não mataram o torcedor santista no Morumbi. Os policiais já foram orientados a fazer uma patrulha diferenciada e a terem mais cuidado na hora de revistar o público", disse Oliveira.

Enterrado do corpo do santista, Márcio Barreto de Toledo, de 34 anos, no cemitério de Itaquera, na zona leste de São Paulo (Foto: Gero/Futura Press)

Torcidas organizadas costumam tratar a vingança de mortes de companheiros como uma questão de honra. Membros da Gaviões da Fiel, por exemplo, são acusados de matar dois integrantes da Mancha Verde na avenida Inajar de Souza, na zona norte da capital, em 2012. Os crimes teriam como motivação a morte de um corintiano, em 2011 - o corpo foi jogado no rio Tietê. No carnaval de 2003, foram registradas três mortes em uma única noite após conflitos entre integrantes das torcidas Independente, Pavilhão 9 (Corinthians) e Mancha Verde.

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Diretor da Torcida Jovem, Dênis de Almeida eximiu a organizada de qualquer responsabilidade sobre os comentários feitos pelos torcedores na Facebook. Segundo Almeida, inclusive, a diretoria já passou instruções sobre o desfile de carnaval para os seus associados. "O incidente de domingo não pode prejudicar a festa. Vamos usar essa covardia até para estimular o pessoal no desfile", disse.

Por meio de nota oficial, a Independente se defende e alega não ter envolvimento com a morte de Toledo.

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