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“Se fecha por conta da falta de médico vai doer, porque sabemos que o problema é no país inteiro, mas fechar por falta de segurança pública é o cúmulo”. A frase, de um morador do Parque das Bandeiras, dá início a uma tensa reunião na antessala do plenário da Câmara de São Vicente, na noite de ontem. Na pauta: a saúde do Município.
Um grupo de moradores do Parque das Bandeiras e do Humaitá, em São Vicente, cobrou dos vereadores uma reunião com o prefeito Luis Claudio Bili (PP) e o secretário de Saúde, Antonio Ruas, para tratar da segurança e a falta de médicos nos prontos-socorros do bairro.
No último dia 17, a unidade de pronto atendimento do Parque das Bandeiras foi fechada, após um médico ter sido rendido durante a madrugada por um marginal armado. O local foi reaberto no final da noite, horas depois do fechamento, após a manifestação de moradores. “Como fecha um pronto-socorro em uma sexta-feira à noite?! Entendemos a situação dos funcionários, e que segurança pública é um problema do Estado, mas a Prefeitura tem mecanismos para conversar com a Secretaria de Segurança Pública para dar suporte nesse sentido”, questiona o morador.
O presidente da Câmara de São Vicente, vereador Fernando Bispo (Pros), disse que o acesso ao secretário de Saúde do município é restrito. “A saúde está precária. Estão brincando. Não vou assumir o compromisso de agendar reunião com ele pois não tenho acesso”, afirmou.
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Segundo Bispo, apenas o vereador Alfredo Martins (PT) teria acesso ao secretário, uma vez que o órgão está sob o comando petista. Os dois discutiram rapidamente durante a reunião. “A dificuldade de conversar com os secretários não é restrita à Saúde, também acontece em outras pastas”, respondeu Martins.
O vereador Léo Santos (PSB) sugeriu a criação de uma comissão formada por vereadores, moradores e Secretaria da Saúde para fazer um levantamento da situação das unidades do município. “Não temos problemas apenas de Segurança. Vai da limpeza À falta de medicamentos, médicos e enfermeiros”, disse.
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Rosimeire Justino dos Santos, que mora há 30 anos no Humaitá, disse que a falta de médicos no pronto-socorro do bairro é constante. “Levo meu neto no pediatra em Cubatão porque no Humaitá só tem Clínico Geral, quando tem”.
Ao final do encontro foi definido que o vereador Perivaldo do Gás (PSB) ficará responsável em agendar o encontro com o prefeito. “Entre amanhã e segunda-feira vamos entrar em contato com o gabinete, o Comando da Polícia Militar e a Secretaria de Saúde, a fim de agendarmos a reunião para a próxima semana”.
O secretário de Saúde Antonio Vieira Ruas havia informado, logo após o incidente, que o órgão trabalha para aumentar a segurança nas unidades. “Pretendemos instalar câmeras de monitoramento em todas as unidades. Para esse ano, o orçamento já está comprometido”, disse. Segundo ele, o prefeito também solicitou o reforço da Guarda Municipal nos locais mais críticos.
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O comando do 39º Batalhão de Polícia Militar do Interior informou, por meio de nota, que foram realizadas tratativas junto à Prefeitura no sentido de intensificar o patrulhamento nas imediações da unidade de pronto atendimento do Parque das Bandeiras para se evitar desordens e/ou depredações, o que já é feito de forma rotineira nas imediações das unidades de saúde, creches e escolas municipais, sem deixar as viaturas e policiais nos locais, pois o município já conta com efetivo da Guarda Municipal para a preservação das instalações.