Cotidiano

Vereadores movem Câmara de Santos por conta do calor intenso no Brasil; veja projetos

Telma quer operação especial nas ruas e Viny em ambientes fechados com grande aglomeração de pessoas, como shows

Carlos Ratton

Publicado em 23/11/2023 às 07:00

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Diferente das demais pessoas, as em situação de rua tem dificuldades para beber água potável, mesmo em dias de intenso calor / Nair Bueno/DL

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A ex-prefeita e atual vereadora Telma de Souza (PT) e o vereador Viny Alves (União Brasil) estão movimentando a Câmara de Santos preocupados com o calor intenso que vem tomando a Cidade e o País.

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Telma volta sua preocupação principalmente às pessoas em situação de rua, tratadas com preconceito (e com o que se convencionou chamar de aporofobia, que nada mais é que o desprezo ao pobre), e que estão a que mais sofrem.

"Sequer conseguem um copo de água no comércio e nas moradias porque são invisíveis para a maioria ou consideradas repugnantes para não tão poucos. Pessoas que precisam se deslocar ou trabalhar nas ruas, como catadores de materiais reciclados e muitos outros trabalhadores, também são privados de sombra e hidratação", afirma Telma.

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A parlamentar lembra que São Paulo (Capital) tem a Operação Altas Temperaturas. Municípios como Sorocaba já providenciaram, em questão de dias, cerca de 200 bebedouros públicos em suas vias e instalações. "Isso são mostras de que a ação governamental pode e deve ser adotada em casos extremos de calor e necessidade pública", aponta.

Telma pede que o prefeito Rogério Santos (Republicanos) determine aos setores da Administração o desenvolvimento, com a celeridade que o tempo e o clima impõem, uma "Operação Municipal de Combate ao Calor Extremo".

A Operação proposta por Telma englobaria franquia, devidamente sinalizada, de acesso a espaços públicos como policlínicas, unidades de Pronto Atendimento e outras, excetuando-se escolas infantis, para que a população possa conseguir abrigo do calor e acesso a água em bebedouros. "Esses últimos, por sinal, devem ser deslocados, quando possível, para áreas periféricas dos prédios, a fim de facilitar o seu acesso".

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Também a realização de amplas campanhas para alertar sobre os riscos da desidratação, com veiculação nos meios de comunicação tradicionais, nas redes sociais oficiais e o emprego de cartazes, amplamente reconhecidos como eficientes nesse tipo de comunicação pública; instalação de tendas me locais de pouca arborização e grande afluxo de pessoas, principalmente pessoas em situação de rua; distribuição de bonés; revisão completa de toda a climatização das salas de aulas de escolas e outros prédios públicos, além de aquisição de climatizadores para os abrigos.

Ainda mais: oferta de garrafas de água descartáveis em pontos diversos à população em situação de rua e aos transeuntes que as necessitarem em geral; instalação de bebedouros, dezenas, quiçá de centenas, para fácil acesso à água potável, em temperatura adequada, em praças, parques, vias públicas, praias e outros locais que se mostrarem próximo a concentração populacional.

Quer gestões junto às empresas concessionárias de transporte, varrição e coleta para que forneçam aos seus colaboradores água potável sempre que estiverem nas ruas, além de revisão do Plano de Arborização, que prevê cinco mil árvores até o final deste ano, para que esse número seja majorado e o conforto térmico melhore no futuro em áreas, principalmente as centrais, que são "desérticas".

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VINY.

Na última terça-feira, (21), Alves apresentou projeto de lei que prevê a obrigatoriedade de disponibilização de pontos de acesso a água potável e fresca gratuita em eventos culturais, de entretenimento e esportivos com previsão de mais de mil participantes, em locais desprovidos de controle de climatização, visando à prevenção da hipertermia.

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O objetivo é garantir a saúde e a segurança dos participantes diante do risco iminente de hipertermia, decorrente das altas temperaturas em eventos de grande aglomeração.

A justificativa do projeto lembra que é dever do Estado garantir o direito à saúde por meio de políticas sociais e econômicas e destaca que a redução dos riscos de doenças e de outros agravos.

Dentro desse contexto, a disponibilização de água potável em eventos públicos, segundo Viny, se torna não apenas um ato de prevenção, mas também um exercício de respeito à saúde e à dignidade dos cidadãos.

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"Temos a previsão de calor extremo para o ano de 2023. Segundo estudos recentes, este será o ano de maior calor em 125 mil anos. Portanto, é crucial que estejamos preparados para lidar com essas adversidades e, mais importante ainda, proteger nossa população contra os riscos associados a esses fenômenos", revela.

TAYLOR.

Vale lembrar que a necropsia apontou que Ana Clara Benevides, de 23 anos, fã que morreu após passar mal por conta do forte calor durante o show da cantora Taylor Swift, na noite da última sexta-feira (17), no estádio Nilton Santos, Zona Norte do Rio, teve hemorragia no pulmão e três paradas cardiorrespiratórias.

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O laudo é inconclusivo, mas Polícia Civil solicitou exames complementares, de toxicologia e histopatologia, para identificar a causa da morte. Em suas redes sociais, a cantora lamentou o episódio. De acordo com a delegada Juliana Almeida, ainda é prematuro afirmar o que desencadeou o óbito.

Após determinação do ministro da Justiça, Flávio Dino, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) estabeleceu regras para proteger a saúde de consumidores em shows, festivais e grandes eventos nos períodos de alta temperatura. Agora, os responsáveis pela produção de eventos terão a obrigação de disponibilizar bebedouros e água adequada para consumo em pontos que permitam o fácil acesso à hidratação de todos os espectadores.

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