Cotidiano

Vereadores evangélicos da Baixada Santista defendem projeto da ‘cura gay’

Ouvidos pelo Diário do Litoral antes da retirada do texto da Câmara, eles dizem que proposta foi mal interpretada

Publicado em 02/07/2013 às 22:15

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

A Câmara Federal retirou hoje (2) da pauta, durante reunião de lideranças partidárias, o Projeto de Decreto Legislativo 234/11 batizado de “cura gay”, do deputado federal João Campos (PSDB-GO). O deputado afirmou que a proposta foi inviabilizada após o PSDB ter se declarado contrário à medida.

Entretanto, o projeto que gerou polêmica em todo o País e até protestos, também foi alvo de análises na Baixada Santista. Antes da retirada do texto da Câmara Federal, vereadores evangélicos saíram em defesa do projeto.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O deputado federal João Campos (PMDB-GO) é o autor da 'Cura Gay' e retirou projeto da pauta da Câmara (Foto: Divulgação)

A matéria suspendia dois trechos de resolução instituída em 1999 pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), permitindo que os psicólogos promovessem tratamento com o objetivo de curar a homossexualidade. O projeto passou a centralizar os holofotes da opinião pública quando, sob o comando do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou, no último dia 18, seu texto.

Pastor da Igreja Universal desde 1989, o vereador santista Roberto Oliveira Teixeira, o Pastor Roberto de Jesus (PMDB), começa sua análise do projeto lembrando que, segundo a Bíblia, Eva foi feita a partir de uma costela de Adão, para explicar a diferença entre os dois sexos. “Mas o ser humano nasce com o livre arbítrio dado por Deus. Cada um tem sua opinião”.

Roberto de Jesus cita novamente a Bíblia: “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas me convêm”, afirma, explicando que não é contra uma pessoa devido ao seu comportamento homossexual. O pastor explica que a Igreja Evangélica atende todos os segmentos da sociedade, e defende que cada pessoa “tem o direito de fazer o que quiser”.

Outro vereador santista que também é evangélico é Adilson Júnior (PT). Ele afirma não ser contra o homossexual, mas contra o homossexualismo “inserido na sociedade”. Adilson acredita que o projeto propondo a cura gay foi mal interpretado pela sociedade, uma vez que “apresenta uma opção para uma pessoa ser tratada”. “Deus pode tratar de qualquer distúrbio”.

No entender de Adilson Júnior, a palavra “casamento” refere-se exclusivamente à união entre homem e mulher. Por isso, ele entende que não pode existir uma lei obrigando o casamento de dois homens ou de duas mulheres perante a uma igreja. “Uma lei não pode forçar uma instituição ferir seus princípios bíblicos”.

Em São Vicente, o vereador Pedro Gouvêa (PMDB) entende que o projeto visa resguardar o cidadão a receber todo o tipo de apoio que considerar necessário, no caso em que ele se sinta incomodado por sua sexualidade, seja por inclinação religiosa – por ser evangélico, muçulmano ou outra que se posiciona contra essa opção sexual.

“O profissional que atende uma pessoa que procura esse tipo de tratamento também deve estar à vontade”, entende Gouvêa. “Quem está incomodado com qualquer situação deve ter liberdade para procurar todo o tipo de apoio”, diz o parlamentar, sobre quem quer deixar sua condição homossexual, lembrando que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não classifica o homossexualismo como doença.

Vereador de Mongaguá, Renato Donato (PSB) entende que assuntos ligados a Marco Feliciano costumam gerar muito debate. Quanto ao projeto, o parlamentar afirma que muitos o estão debatendo “mais pelo seu título do que pelo seu conteúdo”. Para ele, o texto da matéria visa dar ao psicólogo e ao psiquiatra liberdade para atender pacientes que se sentem incomodados com a atual orientação sexual. “Há essa proibição no Conselho Federal de Psicologia. O texto é a favor do profissional”.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software