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Sob o risco de ter seu mandato cassado pela Câmara de Itanhaém por suposta infração político - administrativa e quebra de decoro parlamentar, o vereador César Augusto de Souza Ferreira, o Cesinha (PP), que já apresentou sua defesa à Casa, garante estar sendo vítima de perseguição política. Confira a entrevista com o vereador já que o caso do parlamentar chegou a movimentar outras câmaras e, não só de cidades da Baixada Santista.
Diário do Litoral – Você fez uma manifestação nas redes e pela imprensa de possível irregularidade com relação ao material escolar de Itanhaém. É por este motivo que você responde processo?
César Augusto (Cesinha) – Sim e estou sofrendo por denunciar, investigar e fiscalizar. Atribuições de um vereador. Não há cabimento em tentarem me impedir de fazer aquilo que a Constituição me garante. Estão envergonhando a Câmara e o Município. O País conquistou a democracia por intermédio do sangue de muitos que lutaram por ela.
Diário – Mas houve um esclarecimento por parte da Prefeitura.
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Cesinha – Porém, o Ministério Público instaurou inquérito devido a gravidade. Há dois referentes a materiais escolares. Um de mochilas do Maranhão que foram entregues aos alunos de Itanhaém e outra do Ceará, onde foram encontrados estojos da Cidade no Município de Sobral. O papel do vereador é fiscalizar o Executivo. A população paga impostos e é dele que vem nosso salário de parlamentar. Temos que honrar isso. Fui eleito democraticamente.
Diário – Você já apresentou defesa?
Cesinha – Sim, no último dia 14.
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Diário - Quem pediu sua cassação?
Cesinha - Foi o vereador Rogélio Salceda (PROS), que é líder do Governo. Ele é presidente da União dos Vereadores da Baixada Santista e por isso deveria lutar pelas prerrogativas dos vereadores. Pela liberdade de expressão, de investigação e fiscalização. A palavra parlamento vem do francês parler que significa falar ou discursar. Minha imunidade parlamentar está ameaçada.
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Diário – E a Câmara?
Cesinha – Deveria ter instaurado uma Comissão Especial de Investigação e não fez. Prefere tentar me cassar. Alegam que menti para a Imprensa quando se negaram a abrir investigação sobre o caso dos estojos. Um absurdo. Depois alegam que eu usei as redes sociais para denunciar mais um caso de corrupção. Eu não citei ninguém! Não imputei crime a ninguém! Estou apenas exercendo meu papel.
Diário – Você está tendo apoio de vereadores da região?
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Cesinha – Sim, primeiro do vereador Conrado Carrasco (PT) que votou contra o processo contra mim. Depois, outros se manifestaram solidários e tomaram medidas, como o santista Benedito Furtado (PSB), que aprovou requerimento unânime na Câmara de Santos e está solicitando ao Legislativo de Itanhaém o arquivamento do processo contra mim. O vereador de Mongaguá, Jacob Koukdjian Neto (PP) fez um pronunciamento emblemático sobre democracia. Em Juquiá, o vereador Ercias Muniz de Lima (PSB) aprovou moção de repúdio. Ele levou o caso para a União dos Vereadores do Estado de São Paulo (UVESP). O deputado estadual Caio França (PSB) também se posicionou em meu favor.
Diário – Como você encara essa situação?
Cesinha – Eu nasci em 1981 e sempre ouvi meus pais falarem sobre a Ditadura, onde o governo oprimia. Sou formado em direito e não esqueço as aulas de constitucional. Nunca pensei que poderia sofrer um processo como esse. Estão querendo me exterminar do parlamento porque denunciei um caso que aponta indícios de corrupção. Tenho liberdade de falar e dar publicidade aos meus atos.
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Diário – Você vai buscar reparação na Justiça caso perca o mandato?
Cesinha – Não tenho outra saída. O povo foi às urnas e me conduziu à Câmara. Só ele tem o direito de me tirar de lá. Ninguém pode abusar do poder. Há uma ditadura velada em Itanhaém.
O Diário do Litoral garante aos nomes citados na matéria mesmo espaço para se manifestar
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