Cotidiano

Venezuelanos marcham contra lei que permite uso de força letal em manifestações

Estudantes concentraram-se no Ministério do Interior, Justiça e Paz, onde entregaram um documento solicitando que seja destituído o diretor da Polícia Nacional Bolivariana

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 25/02/2015 às 19:33

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Estudantes venezuelanos manifestaram-se hoje (25), em Caracas, para exigir Justiça pelo assassínio de um companheiro de 14 anos de idade e para que seja derrogada a recém-aprovada resolução que permite uso progressivo de força letal para controlar manifestações.

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Com cartazes e cadernos pintados de vermelho, simulando sangue, os estudantes concentraram-se no Ministério do Interior, Justiça e Paz, onde entregaram um documento solicitando que seja destituído o diretor da Polícia Nacional Bolivariana, organismo supostamente responsável pelo homicídio.

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Os estudantes exigem ainda que sejam levados a julgamento os responsáveis por 43 assasinatos de jovens, ocorridos em 2014, em protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Pedem Justiça também no caso dos cinco estudantes assassinados na semana passada, no país.

"Atendeu-nos o vice-ministro do serviço integrado de polícias, general Giuseppe Cacioppo, que prometeu entregar o documento à ministra [da Defesa] Carmen Meléndez. Queremos ver resultados. Se não tivermos respostas e soluções, permaneceremos nas ruas com manifestações pacíficas, mas contundentes, para que a nossa voz seja ouvida e se executem as ações que exigimos", disse o presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela, Hasler Iglesias.

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Segundo ele, a recém-aprovada resolução, que permite às forças de segurança fazer uso progressivo de força potencialmente letal para controlar manifestações, "é uma infâmia que tingiu de sangue o estado de Táchira", com o assassinato do jovem estudante.

Kluiverth Roa Núñez, de 14 anos, morreu ontem em consequência de um tiro na cabeça, efetuado por um agente da Polícia Nacional Bolivariana, nas proximidades da antiga Universidade Católica de Táchira. O jovem, estudante do 2º ano de bacharelado, foi levado para um centro hospitalar onde morreu.

O assassinato está sendo amplamente questionado pela sociedade venezuelana, por organizações da oposição e simpatizantes do presidente Nicolás Maduro. Foram suspensas, hoje, as aulas nas instituições públicas e privadas do estado de Táchira.

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Segundo a procuradora-geral Luísa Ortega Díaz, as autoridades detiveram Javier Mora Ortiz, de 23 anos, o agente suspeito da morte do estudante, que será acusado de homicídio intencional por motivos fúteis e não nobres, com o agravante de que a vítima era um adolescente. O agente já admitiu ter feito um disparo com "bala de borracha".

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