Cotidiano

Vendas nos supermercados da Baixada cresceram 6,3%, acima da média do Estado

Setor tem 1.440 oportunidades de emprego abertas na região, mas não consegue preenchê-las por falta de candidatos qualificados

Nilson Regalado

Publicado em 08/11/2024 às 06:15

Atualizado em 08/11/2024 às 08:46

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A Associação revelou também que o setor ampliou sua força de trabalho na região neste ano / Nair Bueno / Diário do Litoral

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A Associação Paulista de Supermercados (APAS) revelou ontem que o consumo das famílias da Região Metropolitana da Baixada Santista e do Vale do Ribeira cresceu acima da média do Estado neste ano. Segundo a APAS, enquanto as vendas nas outras regiões do Estado, incluindo a Grande São Paulo, cresceram 5,6% de janeiro a setembro, os supermercados da Baixada e do Vale registraram alta de 6,3%.

A Associação revelou também que o setor ampliou sua força de trabalho na região neste ano, com a abertura de 1.532 novas vagas. Esse volume é maior que a soma dos empregos gerados nos anos de 2022 e de 2023. Segundo a APAS, o consumo das famílias está tão aquecido e o mercado de trabalho tão pujante que os 1.296 supermercados da Baixada e do Vale têm 1.440 vagas abertas, mas faltam candidatos qualificados.

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“A taxa de desemprego no Brasil atingiu o menor patamar da série histórica e temos o maior contingente de pessoas empregadas da história. Isso incentiva o consumo”, salientou o economista-chefe da APAS, Felipe Queiroz.

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Durante encontro com a Imprensa na sede regional da APAS, no Gonzaga, Queiroz afirmou que o maior poder de compra da população tem promovido, também, uma mudança na cesta de compras das famílias, com alteração no perfil dos itens adquiridos. Saem os produtos menos sofisticados, entram aqueles com maior valor agregado.

E esse aumento no consumo tem sido puxado principalmente pelas lojas localizadas nas maiores cidades da região: Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande. Só em Santos, o faturamento de janeiro a agosto foi de R$ 3,58 bilhões

E o economista-chefe da APAS também alfinetou outros setores da Economia, que, segundo ele, agem como “se tivéssemos uma inflação de 20%, 30%”, o que acaba fomentando um “efeito especulativo” e a “dolarização de produtos em que o Brasil sequer tem uma concorrência de outros países”.

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Economia Real

Queiroz citou ainda que, só agora, esses outros setores começaram a convergir com as projeções da APAS para o crescimento da Economia brasileira em 2024.

Segundo ele, há meses os supermercados já projetam alta de 3,2% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, previsão que só recentemente apareceu no Boletim Focus, que reúne o conjunto de expectativas do mercado financeiro. O Boletim Focus é divulgado sempre às segundas-feiras pelo Banco Central. 

“Nós (os supermercados) acompanhamos a Economia real. Essa é a diferença”, resumiu o economista-chefe da APAS.

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Ceia de Natal

Apesar da disparada recente do dólar frente ao real, o economista-chefe não acredita em uma disparada nos preços de produtos típicos das ceias de Natal e Réveillon.

Embora as projeções para vinhos, espumantes, bacalhau, castanhas, frutas e demais itens importados, típicos das festas de final de ano, ainda não estejam consolidadas, segundo ele, “a expectativa é de alta moderada nos preços, com expansão no consumo”.

Por outro lado, Queiroz salientou que uma eventual manutenção do dólar forte frente ao real pode favorecer a indústria brasileira, que passaria a ter seus produtos mais atraentes no exterior.

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E isso poderia impactar positivamente a renda de parte dos brasileiros já que a indústria aquecida tende a contratar mais. E esse setor costuma pagar melhores salários, o que poderia impulsionar ainda mais o consumo das famílias.

Perfil das lojas na região

A APAS também revelou ontem o perfil das 1.296 lojas existentes na Baixada Santista e no Vale do Ribeira. Segundo o documento entregue à Imprensa, esse “ecossistema” é composto basicamente por pequenos mercados, que representam 51,8% do varejo de alimentos.

Comércios de “micro porte” somam 25,5% desse setor. As lojas de médio porte representam 18,7%, enquanto as grandes ocupam um nicho de 4%.

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Em números absolutos, há 684 pequenos mercados, 293 supermercados, 134 pontos de venda enquadrados como “outros tipos de loja”, além de 68 hortifrúti, 60 atacadistas ou atacarejos, 52 hipermercados e cinco centros de distribuição na Baixada Santista e no Vale do Ribeira. 

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