Cotidiano

Vendas caem 5,8% em maio em SP, aponta Associação Comercial de SP

Nem o Dia das Mães salvou o mês para o varejo; de janeiro a maio, queda média foi de 3,7% sobre mesmo período de 2014

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 01/06/2015 às 19:51

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O Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) divulgado ontem (1º de junho) informa que, em maio, o movimento das vendas no varejo paulistano caiu em média 5,8%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isoladamente, as vendas a prazo tiveram retração de 5%, ao passo que as vendas à vista despencaram 6,6%.

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O Balanço da ACSP também avalia o desempenho do comércio no período acumulado de cinco meses (janeiro a maio de 2015) - foi registrada queda média de 3,7% ante o mesmo período de 2014 (-2,9% a prazo e -4,5% à vista).

"Esses indicadores refletem a restrição ao crédito, a diminuição da massa salarial e a insegurança do consumidor em relação ao emprego", explica Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo). "A tendência é de que as vendas continuem em queda em 2015, tendo em vista o atual cenário de reajuste econômico e combate à inflação", completa Burti.

Aumento sazonal ante abril

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Ainda de acordo com o levantamento da ACSP, elaborado com dados fornecidos pela Boa Vista Serviços, em maio houve aumentos sazonais de 8,2% e de 40% nas vendas a prazo e à vista, respectivamente, em comparação com abril. As altas ocorreram em função do Dia das Mães, segunda melhor data para o comércio. O salto nas vendas à vista foi superior porque os consumidores preferiram dar artigos de pequeno valor para suas mães, como bijuteria e produtos de beleza. Até mesmo nas vendas parceladas, o destaque ficou por conta dos itens mais baratos, como eletroportáteis e celulares.

"Esperamos que essa retração no consumo seja temporária, para que, em 2016, após todos os ajustes, consigamos voltar a um novo ciclo sustentável de vendas", diz Burti.

Vendas caíram 5,8% em maio em SP (Foto: Matheus Tagé/DL)

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Inadimplência: sinais de elevação

Em maio, o IRI (Indicador de Registro de Inadimplentes), que mede o número de carnês em atraso no varejo, apontou recuos de 4,3% e de 6,6% na comparação anual e na comparação com o mês anterior, respectivamente. Esses números são fruto das quedas nas vendas a prazo. Em outras palavras, como há menos gente parcelando, há menos gente se endividando.

Já o IRC (Indicador de Recuperação de Crédito), que aponta os cancelamentos de dívidas, registrou queda de 6,1% frente a maio de 2014 e ligeira alta de 0,1% sobre abril deste ano, o que significa que os consumidores não estão conseguindo pagar as suas dívidas. "Isso está acontecendo pelas altas restrições ao crédito, pelo tarifaço, pelo ajuste econômico, pela alta da inflação e por toda a conjuntura econômica", analisa Burti.

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O presidente da ACSP e da Facesp avalia, porém, que se por um lado esses números indicam leve propensão a alta na inadimplência, por outro, não representam ainda uma perspectiva alarmante. "A inadimplência vem caindo muito nos últimos anos, atingindo um nível bastante satisfatório. Portanto, mesmo que suba um pouco, ainda não é preocupante. Mas precisamos acompanhar de perto", afirma.

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