20 de Setembro de 2024 • 23:38
“Há muita sala para pouca procura”. A constatação é do diretor executivo da Baixada Santista do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais (Secovi), Carlos Meschini. Ele se refere ao grande estoque de espaços comerciais lançados recentemente na região e à desaceleração das vendas esses imóveis.
Meschini cita um “super estoque” de salas comerciais na Baixada, e não crê em um aumento da procura pelas salas comerciais em um futuro próximo.
O atual cenário contrasta com o passado recente desse segmento do setor imobiliário. O diretor executivo do Secovi lembra, por exemplo, da época do lançamento do Helbor Offices Vila Rica, há alguns anos, situado na Avenida Conselheiro Nébias, quando o mercado por salas comerciais estava aquecido. “Havia uma demanda. Depois, houve muitos lançamentos de salas comerciais. Ficou difícil”.
Além da grande oferta de unidades comerciais, outros fatores que colaboraram para o desaquecimento desse segmento foram a crise econômica e o “momento político ruim”, na visão do representante regional do Secovi. “O investidor clássico, que é a pessoa que compra essas unidades para vender, está mais cauteloso. Demora um pouco mais para fechar o negócio”.
Mas, de acordo com Carlos Meschini, nem todos os lançamentos comerciais estão sentindo essa queda na procura. “Tem produto que vende bem”.
Imóveis residenciais
Uma situação semelhante, porém, menos aguda, passa o mercado de imóveis residenciais, segundo Meschini. A venda de casas e apartamentos viveu um período de euforia entre 2010 e 2012, mas hoje está com o freio de mão puxado.
“Sessenta por cento do que é lançado chega a ser vendido. Não dá para dizer que o mercado está parado”, analisa o representante do Secovi. Esse percentual vem sendo registrado desde 2013 e, segundo ele, as principais causas de vendas não tão elevadas são os fatores ligados à construção, em especial Santos, como os altos custos do terreno e da obra.
Meschini também credita parte da culpa ao próprio setor. “O preço do metro quadrado (dos apartamentos) ficou exagerado. O pessoal jogou muito para cima”.
A bolha deu sinais
Não é apenas o Secovi que sentiu a desaceleração do mercado imobiliário. O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Nelson Lima Júnior, admitiu que a venda de apartamentos em Santos estava “em baixa” e que o mercado “teve de baixar os preços”. Ele fez essa avaliação ao participar de uma audiência pública, na Câmara, na última quarta-feira.
Lima Júnior chegou a usar o termo “barrigada” do mercado imobiliário ao citar o atual estágio de vendas.
Dados do Secovi
O Estudo do Mercado Imobiliário, apresentado pelo Secovi, aponta que nos últimos três anos, até junho deste ano, foram lançadas 18.610 unidades residenciais nas cidades de Santos, Guarujá, Praia Grande e São Vicente.
Ainda segundo a entidade, entre julho de 2013 e junho deste ano, foram lançadas 8.336 unidades verticais, das quais 6.796 vendidas na Baixada Santista. No período de três anos, foram comercializados 10.793 imóveis verticais.
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