O Artemis não é um cargueiro comum, movido a óleo bunker / Divulgação
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O cargueiro Artemis, de bandeira francesa, está carregando 600 toneladas de café e de cacau no Porto de São Sebastião. O destino é o Porto de Havre, na França. Até aí, pouca novidade, afinal tanto o café quanto o cacau brasileiros fazem sucesso mundo afora. Mas, as informações óbvias param por aí afinal, até outro dia, São Sebastião comemorava a retomada dos embarques de café, após 60 anos sem movimentar essa carga.
Mais uma: os produtos brasileiros embarcados são 100% orgânicos, ou seja, sem produzidos sem agredir o meio ambiente. Por fim: o ineditismo maior fica por conta de como a carga será transportada até o Velho Mundo, ao sabor dos ventos, numa jornada que remonta aos primórdios da navegação.
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O Artemis não é um cargueiro comum, movido a óleo bunker, poluente que despeja na atmosfera gases causadores do aquecimento global e das mudanças climáticas. Com três mil metros quadrados de vela, o navio fará sua primeira viagem desde que foi construído, no Vietnã, sob encomenda dos armadores franceses.
Ou seja, trata-se de um cargueiro carbono zero, que não polui a atmosfera nem os oceanos. Segundo a Seaforte, operadora portuária especializada em cargas customizadas, ligada ao grupo paranaense FTSpar, a embarcação tem 81 metros de comprimento e 12 metros de largura.
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A expectativa é que o veleiro zarpe em direção à Europa na próxima quinta-feira (14), em uma viagem de 20 dias.
Para o diretor de logística da FTS, Rafael Moura, a ação é emblemática e histórica para todos os envolvidos, além de representar um passo importante para o setor logístico brasileiro e mundial.
“Falamos de uma carga especial que é o café brasileiro e, também, o nosso cacau 100% rastreável, tudo dentro de uma cadeia sustentável, desde o plantio, cultivo e a colheita, até este momento em que essa carga especial seguirá seu destino a Europa, em um transporte marítimo único, que oferece a redução da emissão de gases poluentes”, explica Moura.
“Quando iniciamos o processo de exportação, a empresa logo entendeu a importância de utilizar uma embarcação que segue tudo aquilo que acreditamos, pois cada um é importante para que a mudança ambiental ocorra”, avalia Marcos Croce, produtor do café transportado.
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As 600 toneladas de café orgânico e cacau foram produzidas em São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Pará.
As exportações de café através de São Sebastião foram retomadas há exatos dois meses, após 60 anos. O motivo foram os reiterados atrasos nos embarques do grão em Santos e no Rio de Janeiro por conta do excesso de navios nesses portos.
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