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Agosto de 2014. De um lado, a Prefeitura de Cubatão prometia uma atenção especial para o bairro. Do outro, a Câmara criando uma Comissão Especial de Vereadores (CEV) para cobrar providências. Um ano depois, agosto de 2015, entre a inoperância da Administração Márcia Rosa (PT) e a fragilidade dos vereadores de Cubatão, o povo, ou melhor, os moradores do Vale Verde, aguardando uma solução para o descaso de permanece o bairro, repleto de buracos, mato, pontos de ônibus destruídos, como o que está em frente a uma viatura da Prefeitura estacionada na Rua Valdomiro Pereira (foto).
Em função da falta de chuva, o Diário, que esteve ontem percorrendo as ruas do bairro, não constatou outro problema crônico que também até hoje aflige os moradores: enchente. No entanto, não foram poucos os cubatenses que, ao ver o carro da reportagem, saíram de casa para dar seu testemunho, ou melhor, demonstrar seu martírio de morar em um bairro que agoniza em termos de zeladoria e falta de transporte intermunicipal, esse último prejudicando trabalhadores.
Ao pé da grande Serra do Mar e margeando a rodovia, o Vale Verde é uma espécie de condomínio. Lá moram cerca de 800 famílias (3.200 pessoas). Ele foi construído na década de 80 e projetado para receber um público de alto poder aquisitivo e substituir o cultivo de bananas, antigo negócio de uma família portuguesa em Cubatão. Aos poucos o loteamento original teve que ceder espaço para uma sociedade popular, mas conserva ainda hoje o aspecto de condomínio, com direito a muros ao redor do bairro e portaria monitorada na entrada, apesar da passagem ser livre a qualquer visitante.
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“As ruas estão completamente esburacadas. Pagamos impostos e não recebemos serviços de zeladoria. O poder público deveria limpar a sujeira, manter os pontos de ônibus arrumados. Há meses que não se vê manutenção. Tem mato por todos os lados e para o morador ir para a cidade que trabalha tem que atravessar a pista e ficar sob o risco de assalto”, afirma Thiago Ribeiro da Costa.
Jane Maria de Lima Souza informa que há meses vem alertando para uma deformação na pista da Avenida Manoel dos Santos Mesquita (principal do bairro) em frente ao seu imóvel. “Está deste jeito desde fevereiro último. Eu já liguei na Prefeitura, mandei fotos para jornais e nada. Aparecem assessores de vereadores, fazem fotos e nada. Só há promessas. Para entrar em minha casa temos que andar na contramão”.
Martírio João Garcia tem no próprio nome a palavra chave do que é ser porteiro do Vale Verde. “Todo mundo reclama da falta de manutenção do bairro. Está desprezado. É esgoto entupido, ruas sujas, buracos, enfim, não se vê uma ação da Prefeitura há meses. Estão mexendo nos canais agora, mas está lento demais”.
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No ano passado, a luta dos moradores também era a desobstrução das várias galerias sob a linha férrea da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55) para que a tubulação cumprisse o seu principal propósito que é do de dar vasão às águas pluviais e oriundas de cachoeiras que seguem por córregos e atingem o manguezal localizado em frente ao bairro.
Prefeitura deve iniciar reparos em 10 dias
Segundo o secretário de Manutenção Urbana e Serviços Públicos, Pedro Hildebrando da Silva, reparos no bairro Vale Verde começam nos próximos 10 dias úteis, pela Avenida Manoel dos Santos Mesquita. Além da recuperação das vias, estão programados serviços de roçagem, poda e outros serviços solicitados.
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Sobre a pavimentação das vias públicas da Cidade, a Prefeitura de Cubatão aguardava uma decisão judicial com relação à licitação 9081/2013, que foi questionada por uma das empresas participantes e estava suspensa. Após a autorização da justiça em julho para continuidade do processo, que definiu a Terracom como a vencedora do contrato de manutenção das vias, a Secretaria de Manutenção Urbana e Serviços Públicos definiu um cronograma dos trabalhos que serão executados.
Enquanto aguardava a decisão judicial, a Administração Municipal realizou um mapeamento de todos os locais da Cidade que necessitam de intervenções urgentes e começará os trabalhos por esses pontos. Outra obra que ocorre no local é o revestimento dos canais, que faz parte do projeto de drenagem do bairro.
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Já em relação ao transporte intermunicipal, a Prefeitura já fez diversos pedidos à EMTU, empresa do Governo do Estado que regulamenta o transporte intermunicipal na região, para implantar o serviço no Vale Verde, assim como em outros bairros da cidade que ainda não são atendidos por este tipo de transporte. A única opção dos moradores para linhas intermunicipais são as que passam na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega.
Em relação aos pontos de ônibus, a Companhia Municipal de Transito está recuperando este tipo de equipamento na Cidade e o bairro também faz parte do cronograma.
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