Na inauguração, em 1926, a capacidade instalada da Hidrelétrica de Cubatão era de 28 megawatts por segundo / Renan Lousada/DL
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A obra do sistema Billings/Henry Borden foi tão grandiosa que até o início da década de 1970, a Usina encravada na Serra do Mar possuía a maior capacidade instalada para geração de energia elétrica em todo o Hemisfério do Sul do Planeta. Um dos principais vetores do desenvolvimento econômico da Região Metropolitana da Baixada Santista está prestes a completar 100 anos.
Até hoje, só dez hidrelétricas no mundo possuem um desnível tão grande quanto os 720 metros do sistema Billings/Henry Borden.
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Na inauguração, em 1926, a capacidade instalada da Hidrelétrica de Cubatão era de 28 megawatts por segundo (MW/S). As obras complementares terminaram em 1961. E, hoje, a capacidade total é de 889 MW/S.
Nesse período de 35 anos, entre a entrada em operação da primeira turbina e o fim das obras, a energia elétrica abundante transformou Cubatão em um dos maiores polos industriais das Américas.
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A Cidade se industrializou e viu surgir o maior Polo Petroquímico do Brasil. Até o início da década de 1990, Cubatão era sinônimo de progresso, emprego e riqueza. E a Baixada Santista prosperou junto.
Centenas de ônibus cruzavam ruas e avenidas de Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá diariamente, a cada troca de turno na extinta Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) e na Refinaria Presidente Bernardes, inaugurada em 1955.
E o Porto de Santos se expandiu, muito por conta da importação de matéria-prima para as indústrias do Polo. A Henry Borden também foi um marco na industrialização do ABC, com suas montadoras de veículos e metalúrgicas.
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A própria cidade de São Paulo passou a contar com a energia elétrica da usina de Cubatão, motor para o desenvolvimento de várias atividades econômicas que fizeram a grandeza da maior cidade do Hemisfério Sul.
Mas, a história da Usina não aconteceu sem desafios. Desde crises energéticas até questões ambientais e operacionais, a Henry Borden enfrentou uma série de obstáculos ao longo de sua existência. No entanto, sua capacidade de adaptação e resiliência garantiram sua relevância contínua na infraestrutura energética do Brasil.
Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista encabeçada pelos paulistas contra o governo de Getúlio Vargas, a Henry Borden chegou a ser bombardeada pelas tropas federais. Aviões da Força Aérea Brasileira chegaram a lançar duas bombas sobre a usina.
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Uma delas atingiu a sala de controle da hidrelétrica e outra caiu em um bananal próximo.
O bombardeio à usina visava interromper o fornecimento de energia a São Paulo e, assim, sufocar a economia do Estado. O objetivo era pressionar os rebeldes e prejudicar a produção nas indústrias que forneciam armas e munição às tropas paulistas.