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A Universidade Católica de Santos (UniSantos) não se posicionou ontem se vai, ou não, cumprir o prazo ou atender às reivindicações dos mais de 500 estudantes universitários que, na última quarta-feira (19), fizeram um protesto no saguão do Campus Dom Idílio. A instituição, em nota oficial, apenas se pronunciou a respeito dos questionamentos levantados na assembleia.
Os estudantes instituíram o prazo de uma semana — até o dia 26 — para que a reitoria da universidade aponte soluções para os problemas. Caso o prazo não seja cumprido, outra manifestação será realizada, estudantes deverão bloquear a Avenida Conselheiro Nébias — uma das mais movimentadas.
Os alunos querem o cancelamento do aumento das mensalidades supostamente irregular, infraestrutura nas faculdades; redução das taxas e melhor atendimento da secretaria da universidade e, por fim, mais acessibilidade a pessoas com necessidades especiais.
Em nota oficial, a UniSantos informa que o reajuste das mensalidades, previsto por lei, passa pelo aumento da exigência em 70% do número de bolsas, para as instituições filantrópicas, como a UniSantos. Revela que foi considerado ainda o aumento das taxas de serviços, como energia, reajuste de salários de professores e funcionários e manutenção de dezenas de serviços de extensão, projetos que são alicerçados pelo tripé Ensino, Pesquisa e Extensão.
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Sobre não ter cumprido prazos legais de publicação do reajuste, a Unisantos informa que a comunicação dos novos valores foi feita em um tempo muito superior ao previsto em lei, que é o de 45 dias, uma vez que para as matrículas dos calouros, no dia 5 de novembro de 2013, foram publicados os novos preços e as planilhas. O prazo final para matrícula venceu neste mês, portanto um período que vai além de 130 dias.
Diálogo
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A UniSantos comunica que o diálogo é permanente com a representação estudantil, inclusive com reuniões periódicas entre os diferentes segmentos (representantes de classe, organizações estudantis e entidades de classe). Só nos meses de fevereiro e março deste ano, reitor e pró-reitores da UNISANTOS, além dos diretores das unidades, receberam mais de uma vez, representantes dos cursos de Direito, Psicologia e Relações Internacionais. Em todas as reuniões, houve esclarecimentos de todos os questionamentos.
Em relação à infraestrutura, a instituição comunica que para a última etapa do projeto de climatização foram investidos mais de R$ 3 milhões. No âmbito da pesquisa, foram mais R$ 12 milhões, que incluem a construção de novos laboratórios, programas de doutorado, internacionalização da Universidade, com projetos específicos que incluem bolsas de estudos para diferentes países. Em aquisição de livros e bases de dados e periódicos eletrônicos, os investimentos anuais correspondem a R$ 150 mil, sendo que todas as áreas de conhecimento estão contempladas, por meio de acesso na instituição ou na própria casa do aluno.
No que se refere à acessibilidade, a UniSantos reafirma, e isto já foi confirmado por comissões do MEC durante visitas in loco, que há elevadores para acesso a todos os pavimentos, rampas e banheiros adaptados. No caso do aluno Jackson de Paula, a própria sala de aula foi adaptada para melhor atendê-lo. A UniSantos garante que teve e tem outros alunos com diferentes deficiências, inclusive funcionários e professores. A instituição, inclusive, tem assento no Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Condefi).
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A reportagem se baseou na denúncia de alunos que não encontraram, por parte da Direção e da Reitoria da entidade, boa vontade para resolver o problema, que faz parte do Relatório de Condições Físicas e Reivindicações dos Alunos, de 100 folhas, apresentado à UniSantos.
Segundo os alunos, existem mais de 50 pontos críticos, que praticamente impedem que deficientes gozem o direito de estudar em toda sua plenitude. A parte do relatório que fala sobre acessibilidade é toda amparada pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Retificação
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Diferente do que foi publicado ontem, o vereador Santista Igor Martins de Melo (PSB) não é professor da UniSantos. No entanto, Igor Martins confirma que vem tentando intermediar uma solução para o caso.
“Isso é uma questão metropolitana. Há certo descaso, certa negligência por parte da universidade com relação ao caso do Jackson. A faculdade não conta com rampas, banheiros, elevadores que permitam acessibilidade e cidadania”, disse na manifestação, alegando que vai usar a força do Legislativo santista para equacionar o problema.
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