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Em crise, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fez novo corte de gastos para equilibrar as contas. A reitoria congelou R$ 22,1 milhões previstos para obras e tecnologia da informação neste ano. Também reduziu em 20% as cópias e impressões, para economizar R$ 490 mil. Mesmo assim, a Unicamp revisou a estimativa de déficit em 2015 para R$ 91,7 milhões - 160% maior do que o saldo negativo de 2014.
As novas medidas anticrise constam em resolução da reitoria de julho. O corte se soma ao pacote de contenções de fevereiro, quando congelou parte das contratações de técnicos e reduziu o número de horas extras autorizadas. Isso rendeu economia de R$ 41,2 milhões.
Segundo a reitoria, "demais medidas dependerão do volume de receitas do Tesouro do Estado" no segundo semestre. A arrecadação paulista do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) recuou 3,25% entre janeiro e julho, comparado ao mesmo período de 2014, em valores corrigidos pela inflação. A principal fonte de receita da Unicamp é uma parcela de 2,2% do tributo.
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Do Estado, a Unicamp deve receber R$ 2,044 bilhões neste ano. Para cobrir gastos extras, planeja usar R$ 147,3 milhões de receita própria até dezembro.
Apesar disso, a Unicamp diz que, no fim do ano, a despesa com salários não será maior do que o repasse. O comprometimento, calcula, será de 94% - o máximo ideal é de 85%. Já a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), também em crise, estimam usar mais de 100% do repasse com a folha em 2015.
Reflexos
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João Raimundo de Souza, do sindicato dos funcionários da Unicamp diz que é preciso reduzir gastos, mas preservar as condições de trabalho. "Ao limitar as contratações, a sobrecarga é inevitável." A reitoria informou que está com suas atividades normais.
A Unicamp também voltou a cobrar do governo estadual um acréscimo de 0,05% na sua parcela de ICMS, promessa feita em 2005 como contrapartida à criação do câmpus de Limeira, inaugurado há seis anos. A reitoria tentou incluir essa cota, em caráter emergencial, nos orçamentos deste ano e de 2016. Os pedidos, informou a universidade, não tiveram sucesso.