Cotidiano

União de Vereadores comemora possível retomada de Aeroporto de Itanhaém

Entidade reconhece a importância desse retorno para a economia e o desenvolvimento da região

Carlos Ratton

Publicado em 24/09/2024 às 06:15

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Quando reinaugurado, o aeroporto apresentou capacidade para receber até 300 passageiros por operação, comportando até mesmo grandes aeronaves / PMI/Divulgação

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A notícia de que o Aeroporto de Itanhaém pode voltar a ser utilizado como base operacional para as plataformas de petróleo da Bacia de Santos, conforme anunciado pelo ministro Alexandre Padilha, com exclusividade ao Diário do Litoral, foi recebida com grande entusiasmo pela União de Vereadores da Baixada Santista (Uvebs). A entidade, que acompanha o caso desde a reinauguração do terminal em 2019, reconhece a importância desse retorno para a economia e o desenvolvimento da região.

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Segundo Padilha, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está revisando a decisão dos governos anteriores, que transferiram os voos com trabalhadores e suprimentos das plataformas do pré-sal para o Rio de Janeiro. A mudança, que afetou diretamente a Baixada Santista, causou prejuízos econômicos e sociais significativos. No entanto, o ministro ressaltou que o retorno do aeroporto ao circuito da Petrobras está nos planos de retomada dos investimentos daestatal.

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A Direção da Uvebs informa que sempre reconheceu o potencial do Aeroporto de Itanhaém como peça chave para o desenvolvimento econômico da Baixada Santista. Em 2019, a diretoria da Uvebs participou da cerimônia de reinauguração do terminal de passageiros do aeroporto, após sua modernização pela concessionária VoaSP. Na época, os parlamentares destacaram importância de unir esforços para que o aeroporto voltasse a operar voos comerciais e offshore.

Até 2018, o aeroporto era fundamental para as operações da Petrobras, transportando funcionários e terceirizados para as plataformas de Merluza e Mexilhão, na Bacia de Santos. No entanto, com a transferência dessas operações para o Aeroporto Roberto Marinho, no Rio de Janeiro, a estrutura ficou subutilizada, realizando apenas voos executivos e operando um aeroclube.

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O presidente interino da Uvebs, Pedro Garofalo, reiterou a importância da retomada dos voos da Petrobras para o aeroporto. "O fim das operações da Petrobras teve um impacto negativo no aeroporto. Com o retorno das operações offshore e a possibilidade de voos comerciais de baixo custo, podemos impulsionar a economia, o turismo e gerar novos empregos para a Baixada Santista e o Vale do Ribeira", afirmou.

Quando reinaugurado, o aeroporto apresentou capacidade para receber até 300 passageiros por operação, comportando até mesmo grandes aeronaves. "É o momento de enxergarmos a importância desse equipamento para a nossa região. O retorno dos voos da Petrobras trará um novo fôlego para o aeroporto e abrirá portas para que ele se consolide como um ponto estratégico no Litoral Paulista", concluiu. 

Guarujá 

A Uvebs diz que ainda acompanha de perto o desenvolvimento do Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá, um projeto estratégico para a Baixada Santista. A última visita técnica ocorreu em 2023 na Base Aérea de Santos. Na ocasião, os vereadores destacaram a relevância do modal para a região, com obras de adequação da pista e a construção do terminal de passageiros aguardando aprovação de R$ 10 milhões da Secretaria de Aviação Civil (SAC). 

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“Temos esse papel de unir os vereadores com o ideal de fortalecer a interlocução com os poderes, trazendo assim mais condições de que as demandas da nossa região sejam atendidas, trazendo benefícios significativos para o litoral”, finalizou Garofalo.

A decisão que gerou a quase inoperância do Aeroporto de Itanhaém foi política - do governo Michel Temer - mantida pelo governo do Jair Bolsanaro. “Governo Lula está retomando os investimentos na Petrobrás. A expansão das plataformas e refinarias em todo o Brasil trazem novas perspectivas. E isso vai gerar novas necessidades e oportunidades de pontos de apoio à Petrobrás, inclusive o aeroporto de Itanhaém. O Aeroporto de Guarujá também terá papel importante nesta retomada”, resumiu Padilha

Conforme reportagem publicada pelo Diário do Litoral na semana passada, o Aeroporto Antônio Ribeiro Nogueira Júnior, em Itanhaém inaugurado em 1950, já foi um dos mais movimentados do Estado. Na década passada, a pista localizada às margens da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega chegou a registrar até 22 mil operações de pouso e decolagem por ano. E a economia de Itanhaém decolava junto, com a atração de 1.600 novas empresas e a geração de novos postos de trabalho.

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Hoje, o movimento de pousos e decolagens caiu 66% e o número de passageiros despencou mais de 90%. No auge, 19 mil passageiros embarcaram ou desembarcaram na Terra de Anchieta em 12 meses. Hoje, seriam mais de 100 mil passageiros/ano, segundo cálculos da Federação Nacional dos Petroleiros. Mas, em 2023, foram só 1.436.

Segundo a Gerência de Imprensa da Petrobras no Rio de Janeiro, atualmente, os voos da empresa “para a Bacia Petrolífera de Santos são atendidos pelos aeroportos de Cabo Frio, Maricá e Jacarepaguá”, todos no Estado do Rio de Janeiro.A companhia conta com “um efetivo aproximado de 12.900 que atuam diretamente na Bacia Petrolífera de Santos, entre próprios e terceirizados, nos regimes em terra e no mar. 

No início da década passada, a Petrobras chegou a investir R$14 milhões na melhoria da infraestrutura de segurança e de embarque/desembarque no Litoral Sul de São Paulista. O Governo do Estado também aplicou nove milhões no aeroporto, antes de transferir a administração do aeródromo do Departamento Aeroviário (Daesp) à Rede Voa SP, que gerencia outras 15 pistas de pouso em diversas regiões de São Paulo.

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Hoje, funcionários da Petrobras residentes na Baixada Santista precisam se deslocar até o Aeroporto de Congonhas para, daí, pegar a ponte aérea até o Rio de Janeiro, onde embarcam para as plataformas da Bacia de Santos. Já os terceirizados vão dirigindo até o Rio ou vão de ônibus até o Litoral Norte, quando o embarque se dá nos aeroportos de Cabo Frio ou Maricá.“A decisão da Petrobras causou prejuízos para as redes hoteleira, comércio e prestação de serviços”, resumiu a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Itanhaém.

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