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Pesquisa da Associação Paulista de Medicina (APM) em parceria com o Datafolha constatou que uma em cada três pessoas recorreu ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou ao atendimento particular nos últimos dois anos por falta de opções no plano de saúde. O número representa um aumento de 50% em relação à pesquisa feita em 2012.
"Tem gente que paga por opção, para consultar um especialista que o plano não cobre, e isso é bom porque é uma liberdade de mercado", afirma Libânia Alvarenga Paes, coordenadora do Curso de Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP). "Mas nos casos mais complexos existe uma incapacidade dos planos de saúde de fornecer ou conseguir pagar terceiros que prestem determinado serviço", diz.
Apurada no Estado de São Paulo entre 4 e 12 de setembro com 861 pessoas, a pesquisa ainda aponta que 79% dos clientes de planos de saúde enfrentaram dificuldades ao acionar as operadoras nos últimos dois anos. De acordo com o presidente da APM, Florisval Meinão, apesar do aumento significativo do número de usuários dos planos, não houve a ampliação da rede prestadora de serviços "Por isso, hoje as pessoas enfrentam dificuldades que se assemelham ao que acontece no SUS."
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Contradição
Embora o índice de dificuldades seja alto, 67% dos clientes se declararam satisfeitos com o plano de saúde que têm. "As queixas maiores são relacionadas às dificuldades de acesso ao serviço", observa o presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), João Ladislau Rosa. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa 42% dos planos, afirmou que são registradas apenas duas reclamações para cada cem mil procedimentos e ressaltou o índice de satisfação constatado pela pesquisa.
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