Cotidiano

Um terço dos lares brasileiros são 'chefiados' unicamente por mulheres

Pesquisa mostra que, quanto menor a renda familiar, mais a mulher assume sozinha a responsabilidade pelas finanças do lar

Luana Fernandes

Publicado em 08/03/2025 às 08:00

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

93% das mulheres contribuem financeiramente para o sustento do lar / Pexels

Continua depois da publicidade

Cada vez mais protagonistas da realidade brasileira em todas as circunstâncias, as mulheres assumiram de vez a liderança no controle financeiro das famílias, em especial as de menor renda, como revela pesquisa inédita produzida para marcar o Dia Internacional da força feminina.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

De acordo com o levantamento, 93% das mulheres contribuem financeiramente para o sustento do lar, sendo que, em 33% das famílias, elas são as únicas responsáveis pela geração de renda. Em 2023, o índice de mulheres que participavam das finanças das casas era de 88%.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Parque de diversões de SP tem entrada gratuita para mulheres em março

• Workshop gratuito em São Vicente capacita mulheres empreendedoras

• Cidade do litoral de SP é a que possui o maior número de mulheres no Brasil; veja

O desafio é maior para as mulheres das classes D e E, que são as únicas responsáveis financeiras em 43% dos lares. Há uma grande diferença social ao comparar com as classes A e B, quando a responsabilidade feminina pelo sustento familiar cai para 18%. O destaque delas se reforça em relação ao planejamento econômico: 64% das entrevistadas afirmam liderar a organização financeira da família.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Opinion Box entre 14 e 24 de fevereiro de 2025, com 1.383 entrevistas realizadas com mulheres de todo o país.

Continua depois da publicidade

Uma curiosidade: está no Litoral de São Paulo a cidade que possui o maior número de mulheres no País: Santos está no topo deste ranking. E para estas mulheres que são arrimo de família e buscam crescimento, um workshop irá ajudar com dicas sobre empreendedorismo.

Dupla jornada de trabalho

O protagonismo, porém, traz impactos preocupantes, como revelam 90% das entrevistadas: além do trabalho profissional de gerar renda fora de casa, as mulheres não têm a opção de renunciar às responsabilidades domésticas, tendo de equilibrar as duas frentes ao mesmo tempo. Mesmo assim, 85% delas celebram o fato de conquistarem espaços no mundo das finanças, um terreno predominantemente masculino por décadas.

Chama a atenção, negativamente, o fato de que somente 66% das entrevistadas percebem que o trabalho externo de geração de renda é valorizado dentro da própria casa, um percentual que melhora conforme a renda. "Felizmente percebemos o crescimento do papel das mulheres na gestão financeira dos lares, tomando esse papel de garantia de um orçamento familiar sob controle", afirma Patrícia Camillo, gerente da Serasa. 

Continua depois da publicidade

"Acostumadas a gerenciar a rotina e até situações de escassez, elas conseguem equilibrar as reais necessidades à renda disponível e se mostram mais preocupadas em evitar o endividamento familiar", confirma a especialista em educação financeira.

Planos: imóvel e dívida quitada

A pesquisa ainda reforça a responsabilidade feminina destacada pela especialista da Serasa. Quando estimuladas a revelar os planos financeiros para o futuro, 36% das mulheres colocam a compra de imóvel e a quitação das dívidas já contraídas como prioridade, um indicador que reflete as negociações registradas no Feirão Serasa Limpa Nome: as mulheres fecharam 25% mais acordos do que os homens, demonstrando maior compromisso com a regularização das finanças.

Pesquisa aponta outros desafios enfrentados por mulheres

  • A dificuldade de obter crédito (47%) e o endividamento (31%) são os principais desafios enfrentados pelas mulheres.
  • Quanto mais jovens, mais dificuldades as mulheres têm de conseguir crédito: são 62% das mulheres da Geração Z, 48% entre Millennials, 40% entre a Geração X e 16% entre as Baby Boomers.
  • 8 em cada 10 mulheres pediram crédito nos últimos 12 meses: pagar uma despesa inesperada (26%), pagar dívidas de cartão (22%) e limpar o nome (21%) são os principais motivos da solicitação.
  • 85% das mulheres entrevistadas já tiveram algum pedido de crédito negado.
  • As redes sociais são a maior fonte de aprendizado sobre finanças entre as mulheres (33%), seguido pelas informações em site/app de banco (28%) e buscadores na internet (26%).
  • 3 em cada 4 mulheres se sentem representadas e mais confiantes quando escutam mulheres falando sobre economia.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software