Cotidiano
Há um ano o mundo viu a fumaça branca e o anúncio do argentino Jorge Mário Bergoglio. Em poucos meses, ele mudou os rumos do Vaticano e revelou um carisma que tem conquistado até não católicos
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O comércio na Itália tem vivido dias difíceis. A crise diminuiu as vendas em 2% em 2013. Há, porém, uma ilha de prosperidade em Roma. Nas ruas estreitas perto do Vaticano, lojinhas de presentes comemoram o faturamento que cresce a um ritmo chinês: as vendas aumentaram mais de 10% em 12 meses. Tanto sucesso tem explicação: papa Francisco. Basta colocar um produto com o rosto do papa para esvaziar a prateleira.
Há exatamente um ano, o mundo viu a fumaça branca e o anúncio do argentino Jorge Mário Bergoglio. Na época, suas primeiras palavras foram "rezem por mim" - as únicas que também repetiu ontem, pelo Twitter, de um retiro espiritual.
Em poucos meses, Francisco mudou os rumos do Vaticano e revelou um carisma que tem conquistado até não católicos. "Tudo que tem o rosto do papa ou cita o nome dele vende mais. Temos camisetas, moedas, canecas, pratos, calendários, ímãs de geladeira e tudo isso", diz Sandra Fiorini apontando para uma parede repleta de lembrancinhas com o rosto de Francisco em sua loja.
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Celebridade
Esse interesse também ultrapassa o universo religioso e, às vezes, flerta com o mundo das celebridades. Na Livraria Coletti, especializada em temas católicos, há mais de cem títulos sobre o papa argentino. Alguns chamam a atenção. Il Papa Che Ama Il Calcio (O Papa Que Ama o Futebol), por exemplo, conta histórias da infância de Bergoglio em Buenos Aires e fala da paixão pelo futebol e, em especial, pelo San Lorenzo de Almagro.
"Essas obras vendem mais que a média. É interessante ver essa variedade de temas sobre o papa Francisco e como o público interessado é amplo, de idosos a crianças, de teóricos a pessoas que nem são ligadas à Igreja", diz o dono, Filipo Coletti.
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Tanto sucesso começa a atrair grandes empresas. A Editora Mondadori, a maior da Itália, lançou no início do mês a revista semanal Il Mio Papa (O Meu Papa). Com 68 páginas, a publicação em italiano é dedicada exclusivamente às atividades religiosas e pessoais de Francisco. Haverá um pôster com uma citação do papa toda semana e o editor promete que não haverá sensacionalismo. "É uma espécie de revista para fãs", disse o editor Aldo Vitali, em entrevista ao jornal The New York Times.