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A União Europeia (UE) criticou hoje (12) o “uso excessivo da força” pela polícia contra os manifestantes que protestam há cerca de duas semanas em várias cidades da Turquia, pedindo uma investigação rápida e punição para os responsáveis.
A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, disse que as práticas policiais adotadas em Istambul são “motivo de grande preocupação” para a União Europeia.
“Temos visto muitos exemplos do uso excessivo da força por parte da polícia”, disse Catherine, em discurso no Parlamento Europeu. Em sua fala, a comissária europeia destacou o caráter “maioritariamente pacífico” das manifestações.
Os protestos começaram na Praça Taksim após a repressão policial de uma manifestação, no dia 31 de maio, contra a destruição do Parque Gezi, em Istambul, maior cidade da Turquia. A atuação policial desencadeou uma série de grandes manifestações em toda o país, exigindo a demissão do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, no poder desde 2002. O balanço dos protestos é de quatro mortos, três manifestantes e um polícia, e milhares de feridos.
Catherine Ashton pediu que se investigue “rapidamente” os abusos e que se punam os responsáveis. A diplomata britânica destacou o que chamou de “grande ofensiva”, na noite de ontem (11), para desalojar os manifestantes da Praça Taksim, e o “uso intensivo de canhões de água e gás lacrimogênio”.
Ela se disse surpresa com a escassa cobertura dos protestos da Praça Taksim pelos meios de comunicação turcos e ressaltou que a liberdade de imprensa é “um motivo de preocupação no país”. Para ela, o encontro proposto por Erdogan a líderes das manifestações “é uma oportunidade para mostrar diálogo, tolerância e respeito mútuo”.
A representante da União Europeia disse acreditar que o governo turco seja capaz de responder corretamente ao desafio que se apresenta e destacou a necessidade de que as autoridades levem em conta “as expetativas daqueles que não se sentem representados”, apesar do grande respaldo eleitoral com que conta o executivo turco.
De acordo com Catherine Ashton, a União Europeia não deve virar as costas à Turquia neste momento, mas sim reforçar o diálogo com o país e avançar com as negociações de adesão.
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