Cotidiano

UE analisa "com interesse" proposta à Síria

Os comentários foram feitos depois que a Rússia, um aliado de longa data do regime sírio do presidente Bashar Assad, propôs que a Síria entregue todas as suas armas químicas

Publicado em 10/09/2013 às 11:32

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A União Europeia está analisando "com interesse" a proposta em que a Síria deve entregar as armas químicas para a comunidade internacional em troca da suspensão da intervenção militar no país, disse Michael Mann, o porta-voz da chefe de política monetária da UE, Catherine Ashton.

Os comentários foram feitos depois que a Rússia, um aliado de longa data do regime sírio do presidente Bashar Assad, propôs que a Síria entregue todas as suas armas químicas, coloque-as sob controle internacional e, em seguida, destrua os armamentos para evitar um ataque militar.

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Segundo uma reportagem da agência de notícias russa Interfax, a Síria concordou com a proposta da Rússia. "Ontem, tivemos uma rodada muito produtiva de negociações com o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e ele propôs uma iniciativa sobre armas químicas. Concordamos com a iniciativa russa à noite", disse o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Moallem, a jornalistas nesta terça-feira, após uma reunião com o representante da Câmara Baixa do Parlamento da Rússia.

A UE está analisando "com interesse" a proposta em que a Síria deve entregar as armas químicas para a comunidade internacional em troca da suspensão da intervenção militar no país (Foto: Divulgação)

Para Michael Mann, é "vital que esta seja uma proposta séria e que seja seguida e respeitada por todas as partes". Ele acrescentou que "todos devem se comprometer rapidamente com a proposta" se o plano for amplamente aceito.

"Temos de ser convencidos de que todo mundo vai trabalhar seriamente sobre esta proposta."

Durante o fim de semana, os ministros de Relações Exteriores do bloco prometeram uma resposta "clara e forte" ao ataque com armas químicas nos arredores de Damasco. As autoridades também disseram que parecia haver uma "forte evidência" de que o regime do presidente sírio, Bashar Assad, era o responsável pela ofensiva.

Mann disse que a UE está disposta a exercer qualquer função para contribuir para a paz na Síria e para acabar com o uso de armas químicas.

Separadamente, a UE disse que estava desembolsando 58 milhões de euros (US$ 76,6 milhões) ao Líbano para ajudar o país a lidar com o impacto do conflito sírio, que criou cerca de 2 milhões de refugiados.

Alemanha e Liga Árabe

O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, e o chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby, mostraram apoio à proposta russa. A autoridade alemã disse que o plano russo é "uma nova chance para uma solução política". Contudo, ele alertou que não se deve colocar muita esperança nesta oportunidade.

Segundo o ministro alemão, a Síria deve agir rapidamente para colocar suas armas químicas sob controle internacional e, em seguida, deve destruí-las.

A Alemanha disse que não vai se juntar a ataques militares contra a Síria, insistindo em uma solução política e uma resposta internacional conjunta para o suposto ataque com armas químicas em áreas rebeldes na Síria em 21 de agosto.

Já o Nabil Elaraby disse a repórteres que a Liga Árabe sempre é a favor de uma "resolução política".

Israel

Por outro lado, os políticos israelenses se mostraram mais céticos em relação à propostas.

Avigdor Lieberman, que preside o comitê de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento, disse à Rádio Israel na terça-feira que a Síria poderia usar a proposta para "ganhar tempo".

Lieberman, um aliado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, disse que Israel não tem detalhes do plano russo e que a logística de transferência de armas não é claras.

O presidente Shimon Peres advertiu na segunda-feira que as negociações sobre a transferência de armas seria "difícil" e que a Síria "não é confiável".

Segundo Lieberman, a Síria deve estar adiando o processo, como o Irã supostamente fez durante as primeiras negociações nucleares, quando confrontado com uma oferta de transferência de estoque de urânio enriquecido para o exterior.

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