Tzipi Livni prevê "decisões dramáticas" para chegar a acordo com palestinos

Israel tomará "decisões dramáticas" para chegar a um acordo de paz final que encerre o conflito com os palestinos, afirmou nesta terça-feira Tzipi Livni, negociadora chefe israelense, afirmando, porém, que os "falcões" da coalizão de governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estão tornando seu trabalho mais difícil.

As declarações de Livni foram feitas no momento em que uma graduada autoridade palestina disse que negociadores palestinos e israelenses vão se reunir para uma segunda rodada de negociações de paz nesta terça-feira. A primeira rodada foi realizada na semana passada em Jerusalém, a portas fechadas.

A fonte palestina, que é próxima às negociações, se recusou a dizer onde e quando as conversações serão realizadas. Ele falou em condição de anonimato porque os dois lados prometeram ao secretário de Estado norte-americano John Kerry que não discutiriam detalhes com a imprensa.

Kerry passou meses em missões diplomáticas com os dois lados antes que eles concordassem em voltar à mesa de negociações, após cinco anos.

Falando à Rádio Israel, Livni também se recusou a discutir as negociações, dizendo que o objetivo de manter as conversas longe da mídia é construir a confiança entre os dois lados. Mas ela previu que haverá "decisões dramáticas no fim" e lamentou a falta de apoio de membros extremistas da coalizão.

As negociações foram interrompidas em 2008 e permaneceram paradas até agora em razão da construção em assentamentos israelenses em território que os palestinos querem para seu futuro Estado. Os palestinos haviam exigido o completo congelamento das construções em assentamentos em troca da retomada das conversações, o que foi recusado por Israel.

Kerry conseguiu fazer com que os palestinos desistissem da exigência em troca da libertação de veteranos prisioneiros palestinos envolvidos na morte de civis e soldados israelenses. As conversações sobre um acordo de paz final devem durar entre seis e nove meses.

Livni disse que os partidos mais radicais da coalizão tornam as negociações mais difíceis por causa de sua oposição aos estabelecimento de um Estado palestino, peça central de um acordo de paz.

"Não é segredo que nesta coalizão há pelo menos um partido...que se opõe à ideia de dois Estados para dois povos, algo que eu apoio com todo o meu coração", declarou Livni.

O ministro da Economia Naftali Bennett, líder do partido Casa Judaica, o terceiro maior da coalizão de governo, é contra a concessão de território aos palestinos. A legenda é aliada do movimento de colonos judaicos.