Cotidiano

Turquia violou direitos humanos durante protestos, diz Anistia

O relatório disse que a onda de violência tinha prejudicado a ambição do país de se tornar um modelo de democracia para os países muçulmanos

Publicado em 02/10/2013 às 12:11

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Autoridades da Turquia cometeram "graves violações de direitos humanos" durante os protestos antigovernamentais que abalaram o país em junho, afirmou a Anistia Internacional em um relatório publicado nesta quarta-feira.

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"A tentativa de reprimir o movimento de protestos do parque Gezi envolveu uma série de violações de direitos humanos em larga escala", disse o especialista e membro do grupo Andrew Gardner. Entre os atos, houve a negação do direito de reunião pacífica, violações dos direitos à vida e à liberdade. Gardner também ressaltou tortura e maus-tratos.

O movimento no parque de Gezi começou como um ato pacífico liderado por ambientalistas para salvar o local contra uma reforma. Contudo, o protesto logo se tornou uma onda de manifestações em todo o país contra o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, que é visto cada vez mais como autoritário.

Em diversas ocasiões, a operação da polícia turca contra os manifestantes foi violenta. Seis pessoas foram mortas e mais de 8 mil ficaram feridas durante os protestos, de acordo com o sindicato de médios turcos.

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O protesto logo se tornou uma onda de manifestações em todo o país contra o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, que é visto cada vez mais como autoritário (Foto: Associated Press)

Detalhando o uso de munição letal, gás lacrimogêneo, canhões de água, balas de borracha e espancamentos, a Anistia disse que as mortes de, pelo menos, três manifestantes estavam ligadas ao "uso abusivo da força pela polícia".

A polícia "rotineiramente" disparou diretamente contra os manifestantes, observadores e, por vezes, edifícios residenciais e instalações médicas, resultando em centenas de feridos, de acordo com testemunhas entrevistadas pelo grupo de direitos humanos.

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O site da Anistia também publicou um vídeo intitulado de "Quando a Turquia levou a tortura para as ruas", que acompanhava a divulgação do relatório.

O relatório disse que a onda de violência tinha prejudicado a ambição da Turquia de se tornar um modelo de democracia para os países muçulmanos e "expôs a intolerância impressionante de vozes opostas".

A agência disse que ainda há tempo para a Turquia cumprir com as leis e convenções internacionais, após o levante. A grande maioria dos abusos policiais já parece ficar impune, "enquanto muitos daqueles que organizaram e participaram nos protestos foram difamados, abusados - e, agora, enfrentam um processo por acusações injustas ou exageradas", disse o relatório. 

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