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Pego de surpresa pela aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, o PSDB já pensa em reavaliar a possibilidade de ceder palanques para a chapa do PSB em São Paulo e Minas, como vinha sendo articulado entre o governador de Pernambuco e o senador Aécio Neves (MG), provável candidato ao Planalto. Por sua vez, o PSB paulista quer uma sinalização mais clara de que terá a vice na chapa do governador Geraldo Alckmin (PSDB), abrindo o palanque no Estado para o pernambucano, ou ameaça apoiar outras siglas ou ter candidato próprio.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), levantou o alerta sobre a costura entre os partidos de Aécio e Campos. "Temos de avaliar essa questão muito bem. Somos governo nos dois Estados, os dois maiores colégios eleitorais do País", afirmou. "Ceder o palanque representa ganho de 100% para eles (PSB e Rede) e zero para nós."
A declaração de Sampaio mostra a preocupação do PSDB com a força que a aliança entre Campos e Marina pode ganhar daqui para a frente. Pouco conhecido do eleitor brasileiro, o governador de Pernambuco pode aparecer como o novo na próxima campanha, principalmente com a ex-ministra a seu lado dizendo que dele recebeu abrigo quando não pôde criar a Rede Sustentabilidade e que o presidente nacional do PSB, como ela, sofreu uma espécie de assédio moral e político por parte de "forças obscurantistas ligadas ao governo" que tentaram impedir que ele se tornasse candidato ao Planalto.
Além disso, o fortalecimento da chapa coloca o PSB como potencial adversário do PSDB na atração por aliados e, consequentemente, tempo de TV. Os tucanos negociam aliança nacional com PPS, Solidariedade e DEM. "Isso nos torna muito fortes, enquanto a ida de Marina para o PSB não acrescenta nada em termos de tempo na TV", avaliou Sampaio.
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O PSB sabe disso e também conversa com o PPS, além de PSD, PDT, PP e DEM. Alguns líderes do antigo PFL, como o ex-senador Heráclito Fortes (PI) e o grupo do ex-senador Jorge Bornhausen (SC), migraram para o PSB e o líder do partido na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), é favorável à aliança.
Palanque
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Em São Paulo, o PSB disputa com outras siglas, como PTB e DEM, a composição da chapa de Alckmin, mas agora a prioridade é garantir palanque para Campos no maior colégio eleitoral do País. Se o tucano resistir a ceder a vice e fechar o espaço para o governador de Pernambuco, o partido avalia apoiar candidaturas adversárias da campanha à reeleição, como a do peemedebista Paulo Skaf (que disputou o Palácio dos Bandeirantes em 2010 pelo PSB) ou a do ex-prefeito Gilberto Kassab, do PSD.
Não está descartada a hipótese de uma candidatura própria. As opções são os deputados Márcio França, presidente da legenda no Estado; Walter Feldman, ex-tucano que migrou para a sigla acompanhando Marina; ou Luiza Erundina, primeira prefeita do PT na capital.
O deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB paulista, minimiza os riscos do cenário. "A relação do Campos com Alckmin sempre foi boa. Em 2012 eles montaram palanques em Campinas e São José do Rio Preto."
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