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Inspiradas pelo projeto Médicos da Alegria, desenvolvido por graduandos da Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp, adolescentes da Ordem Internacional do Arco-íris para Meninas desejam realizar ação semelhante no Complexo de Saúde Irmã Dulce de Praia Grande. Repetindo o êxito da primeira apresentação (ocorrida em outubro, no Dia das Crianças), o grupo visitou pacientes no último dia 21 por ocasião do Natal, sendo acompanhado por integrantes da Comissão de Humanização do complexo.
Coordenando o grupo, o presidente do Conselho Consultivo da ordem, Luiz Carlos Marono, explicou que a proposta seria desenvolver atividades de bem-estar, como contação de histórias e dobraduras pelas adolescentes, vestidas com cores alegres e ostentando nariz de palhaço, junto aos pacientes. Embora compartilhe o objetivo de promover bem-estar, essa atuação se difere das dos “clowns”, termo que designa palhaços, que exige treinamento específico.
O projeto deverá ser apresentado formalmente à Diretoria Técnica/Clínica, por meio da Comissão de Humanização, para avaliação e viabilidade. Assim como voluntários do Grupo Feliz que atuam nas alas, os participantes passarão por palestras técnicas ministradas pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), entre outros.
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Em fase de formação, após passar por uma capacitação inicial pelo projeto Médicos da Alegria, o grupo ainda não escolheu nome, mas já tem claro o que quer alcançar. “Queremos levar alegria aos pacientes, oferecer carinho, uma conversa. Para as meninas, é cumprir um papel importante. Da primeira vez que visitaram o Irmã Dulce, algumas saíram chorando porque a emoção é muito grande”, pontua Marono.
De jaleco branco, estetoscópio e nariz vermelho, Marono brincou com as crianças na Brinquedoteca da Pediatria e com adultos nas Clínicas Médica e Cirúrgica. Distribuiu pirulitos aos funcionários do hospital. “A receptividade foi muito positiva”, avaliou.
Tsurus
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Descendentes de japoneses, a paciente Kiyoko Kohatu, internada na Clínica Cirúrgica, se surpreendeu com a visita das adolescentes e mais ainda quando foi presenteada com um origami de tsuru, dobradura do pássaro sagrado do Japão símbolo de longevidade e felicidade. “Quem fez o tsuru?”, perguntou, segurando, curiosa, o pássaro de papel.
Em resposta, as jovens contaram uma lenda que dona Kiyoko não conhecia. A Lenda dos Mil Tsurus. Conta-se que uma menina que sobreviveu à bomba de Hiroshima aos 2 anos de idade recebeu o diagnóstico de leucemia, doença que afetou outras vítimas da bomba, dez anos depois. Uma amiga foi visitá-la no hospital e a presenteou com um origami de tsuru, contando a lenda de que a pessoa que fizesse mil deles pensando num desejo conseguiria realizá-lo. A menina começou então a fazê-los em seu leito hospitalar, mas, cada vez mais debilitada, morreu antes de completar o milésimo tsuru, conseguindo fazer 644 deles. Seus amigos então resolveram dobrar os origamis restantes até chegar a mil, desejando a paz mundial que evitaria mais guerras.
No Irmã Dulce, a história contada pelas meninas da Ordem Arco-íris levou alegria e paz para dona Kiyoko, que conseguiu sorrir, como os adultos e crianças internados que receberam essa visita tão especial de Natal. E que os tsurus se multipliquem.
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