JUSTIÇA
A defesa de Marcos Scalercio nega todas as acusações e afirma que ele está confiante de que vai provar que as alegações são improcedentes
Marcos Scalercio, segundo denúncias, usava as redes sociais para assediar as vítimas / Reprodução/Redes sociais
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O TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) aprovou, nesta segunda-feira (13), a instauração de um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) contra o professor e juiz Marcos Scalercio, acusado de assédio e importunação sexual por ao menos 22 mulheres.
A defesa do magistrado nega todas as acusações e afirma que ele está "confiante de que as testemunhas e provas técnicas demonstrarão que todas as alegações são improcedentes".
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Sessenta desembargadores participaram da votação -58 votaram a favor da abertura do PAD, e dois foram contra. A partir de agora a apuração ocorre em segredo de Justiça, afirma o TRT-2, em nota.
Este não é o único PAD ao qual Scalercio responde. Em setembro do ano passado, ele foi afastado das funções por decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), após abertura de procedimento pelo conselho.
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Agora, o TRT2 também decidiu pelo afastamento cautelar do magistrado até decisão final deste novo PAD.
Reveladas em agosto, as denúncias foram recebidas pelo movimento Me Too Brasil em parceria com o Projeto Justiceiras, ambas organizações que acolhem mulheres vítimas de violência sexual no país.
Segundo o Me Too Brasil, as vítimas afirmam terem sido assediadas por Scalercio entre 2014 e 2020. De acordo com os relatos, Scalercio as agarrava e as forçava a beijá-lo recorrentemente. Ainda há seis acusações de estupro, uma delas relatada à Folha. Ao todo, o projeto afirma ter recebido mais de 90 relatos de mulheres que afirmam terem sido vítimas do juiz.
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Após as primeiras denúncias virem à tona, o juiz solicitou 20 dias de férias. Ao retornar ao trabalho, o magistrado foi retirado de suas funções no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda (zona oeste), e transferido para a 18ª Vara do Fórum Trabalhista da Zona Sul.
Luanda Pires, advogada do Me Too Brasil, afirma que a instauração do PAD era o esperado.
"Era o que tinha que acontecer, dado que os elementos de denúncias e todas as narrativas que são trazidas são muito parecidas. O tribunal não poderia ignorar e arquivar como fez lá atrás", diz a advogada.
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Scalercio havia sido denunciado por três mulheres, e as acusações foram encaminhadas para a Ouvidoria da Mulher, do Conselho Nacional do Ministério Público, que acionou os órgãos responsáveis: CNJ (Conselho Nacional de Justiça), TST (Tribunal Superior do Trabalho) e MPF (Ministério Público Federal).
O TST encaminhou o processo ao TRT-2, no qual o juiz trabalha. Uma investigação foi realizada, mas o processo foi arquivado por falta de provas.
Na nota divulgada nesta segunda, a defesa do juiz Marcos Scalercio afirma que juntou ao processo provas que demonstram que as acusações são inverídicas.
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"São conversas de aplicativos de mensagens e em redes sociais que apontam que nunca houve assédio e muito menos qualquer conduta violenta por parte dele em relação às denunciantes", diz a defesa.
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