Cotidiano

Tribunal da ONU manda prender jornalista queniano

Segundo o juiz Cuno Tarfusser, o jornalista queniano Walter Barasa, de 41 anos, é acusado de tentar subornar uma potencial testemunha do caso contra Ruto

Publicado em 02/10/2013 às 17:37

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O Tribunal Criminal Internacional emitiu um mandado de prisão contra um homem suspeito de adulterar o depoimento de testemunhas no caso do vice-presidente do Quênia, William Ruto - acusado de crimes de guerra. Esta é a primeira vez que o tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) julga alguém por interferir em um processo.

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Segundo o juiz Cuno Tarfusser, o jornalista queniano Walter Barasa, de 41 anos, é acusado de tentar subornar uma potencial testemunha do caso contra Ruto. "As evidências coletadas até agora indicam que há uma rede de pessoas que estão tentando sabotar o processo do senhor Ruto, interferindo no depoimento de testemunhas da promotoria", explicou o juiz.

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Barasa divulgou nota em Nairóbi na qual confirma ter mantido contato com um investigador da Corte, chamado Paul Irani, e agia como um mediador entre o funcionário e testemunhas do caso. O jornalista argumentou que Irani e outros promotores tentavam criar falsos depoimentos para fortalecer as acusações contra Ruto.

O queniano ainda afirmou ter cortado relações com os investigadores da Corte após ser ameaçado pelos funcionários. Segundo seu relato, em setembro, ele teria que ir à Haia testemunhar contra Ruto caso não quisesse ser denunciado no tribunal.

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"Eu estou pronto e preparado para me defender contra essas falsas acusações", disse Barasa. "Eu respeito a Corte. Eu respeito os direitos dos acusados de serem ouvidos e das vítimas terem justiça. Mas eu não aceito coerção e uso de meios heterodoxos para condenar acusados e conduzir investigações", acrescentou.

O jornalista informou que gravou partes de uma conversa que teve com Irani em 15 de setembro e está pronto para levá-las à Corte. Se condenado, Barasa poderá pegar mais cinco anos de prisão.

Para a promotora Bensouda, que acompanha o caso, o mandado de prisão servirá como "um aviso a outros que podem estar envolvidos em casos de obstrução da Justiça por meio de intimidação, assédio e suborno a testemunhas".

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"Meu escritório continuará a fazer tudo que puder para assegurar que testemunhas possam apresentar seu relato à Corte sem medo", afirmou. 

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