Cotidiano
A mulher de 19 anos, que também é jornalista, recebeu uma pena de seis meses de prisão, que foi transformada em condicional, por difamação e por mentir
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Um tribunal somali sentenciou à prisão, nesta segunda-feira, uma mulher foi estuprada e dois jornalistas quer divulgaram sua história, afirmando que eles são culpados por difamação e por insulto às instituições do Estado.
A mulher de 19 anos, que também é jornalista, recebeu uma pena de seis meses de prisão, que foi transformada em condicional, por difamação e por mentir. Durante os seis meses ela deverá ficar confinada à sua casa, declarou o juiz Hashi Elmi Nur.
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Já os jornalistas devem cumprir suas sentenças, de um ano e seis meses, respectivamente, ou pagar uma multa para conseguir a liberdade antecipada. Trata-se da segunda vez neste ano que a Somália encarcera uma mulher por falar a respeito de estupro, além dos jornalistas que entrevistaram as vítimas.
"O gerente da rádio Shabelle, Abdulmalik Yusuf, foi declarado culpado por ofender as instituições do Estado e, portanto, ficará detido por um ano", declarou o juiz ao tribunal. "O jornalista Mohamed Bashir foi condenado por difamação e por fazer acusações falsas de estupro e recebeu pena de seis meses de detenção."
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Os dois podem pagar uma multa e deixar a cadeira em valores que seriam equivalentes a cerca de US$ 365,00 para Yusuf e US$ 180,00 para Bashir.
Estupro e o relato de violência sexual é uma das questões mais sensíveis na Somália. No mês passado, a vítima contou à rádio Shabelle que fora atacada e estuprada à mão armada por dois colegas jornalistas, mas foram os jornalistas que a ouviram que foram condenados à prisão.
Em novembro, a Organização das Nações Unidas na Somália pediu uma "investigação adequada do caso e o governo dos Estados Unidos afirmou estar "profundamente" preocupado.
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Em fevereiro, uma jornalista somali e a vítima de estupro que ele entrevistou foram sentenciados a um ano de prisão após serem condenados por "ofender as instituições do Estado". Eles foram libertados após dois meses na cadeira porque o caso provocou muitas críticas internacionais.
Em agosto, uma mulher somali que afirmou ter sido estuprada por alguns soldados da União Africana também foi interrogada pela polícia.
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