Segundo o DH, os problemas, como o que gerou a reportagem, serão resolvidos a médio e longo prazo. Reparos começaram em 2022 / Nair Bueno/DL
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Pelo tempo que perdura o problema (dois anos no mínimo) com a mesma desculpa (manutenção de balsas) e a resposta dada à deputada estadual Solange Freitas (União), o frágil sistema de travessias Guarujá-Bertioga, que opera com rebocadores e não por balsas com motores próprios, permanecerá por muito tempo ainda.
"A solução encontrada é uma Parceria Público Privada (PPP). O leilão para convocar empresas interessadas em participar do edital deve acontecer no segundo trimestre de 2025 e vai incluir a travessia Bertioga Guarujá", revelou Solange ao Diário, após conversar com a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) Natália Resende.
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O deputado Paulo Corrêa Jr (PSD) também contatou a Semil para solicitar informações sobre a operação da balsa entre Guarujá e Bertioga, dada a sua importância para a região em termos de mobilidade e desenvolvimento econômico.
Os demais deputados da região - Tenente Coimbra (PL) e Paulo Mansur (ambos do PL) e Caio França (PSB) não se manifestaram sobre um problema que afeta não só a população de ambas as cidades, que perde horário de trabalho, da escola, de consultas médicas e diversos outros compromissos, como turistas que vêm para a região.
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Balsa de Bertioga: um problema que perdura há mais de dois anos
Natália revelou ainda à deputada o que milhares de moradores da Baixada Santista já sabem: "o sistema de travessias litorâneas em todo o Estado está com uma estrutura precária e os problemas, como o que gerou a reportagem, serão resolvidos a médio e longo prazo", disse a secretária, salientando que "reformas emergenciais em algumas balsas estão sendo feitas". A de Guarujá-Bertioga está ocorrendo desde 2022, pelo menos.
Balsas com motor: Departamento Hidroviário promete e não cumpre
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UVEBS.
A União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs), que agora tem uma cadeira no Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), informa que irá protocolar ofício ao Departamento Hidroviário (DH) pedindo medidas concretas e com brevidade para solucionar o problema, bem como a realização de estudos para viabilidade de disponibilizar uma barca de pedestres como alternativa. Essa última está sendo solicitada pelo o líder da Associação de Moradores da Cachoeira, Sidnei Bibiano dos Santos.
Travessia Guarujá e Bertioga volta a dar problema
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A Semil já havia informado que o problema seria solucionado até março do ano passado. Segundo a Uvebs, o documento se faz necessário para antecipar a demanda, pois a próxima reunião ordinária do colegiado (Condesb) ocorrerá apenas em abril.
"A Uvebs tem atuado em várias frentes em caráter regional e a mobilidade urbana é uma das prioridades, pois há o entendimento de que o cidadão também é metropolitano, e precisa transitar entre as cidades da Baixada a trabalho, estudos, serviços de saúde e lazer", explica em nota.
A Associação Guarujá Viva (Aguaviva) está solicitando também, urgentemente, que seja realizada uma reunião com representantes da DERSA, a fim de discutir soluções para a questão, já que é fundamental restabelecer um sistema de transporte aquaviário eficiente e confiável, que atenda às demandas da população e das atividades econômicas da região. Além da Dersa, a Semil e as prefeituras Bertioga e Guarujá foram notificadas pela entidade.
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A Prefeitura de Guarujá informa que vai encaminhar ofício ao DH solicitando um cronograma de ações e investimentos. A pasta acrescenta que mantém um diálogo constante com o Departamento, no sentido de melhorar as condições da travessia de balsas aos usuários. A Prefeitura de Bertioga também revela que em tratativa com o Governo do Estado para sanar as necessidades dos usuários.
DEMORA.
Esta semana, usuários que utilizam o serviço voltaram a entrar em contato com a Redação e informaram que, na madrugada da última quarta-feira (13), a travessia parou por causa da maré baixa.
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Segundo explicaram, a situação pode fazer com que a hélice e o fundo do rebocador toque na lama próxima às margens do canal, danificando a embarcação que baliza o flutuante que leva veículos e pedestres ao atracadouro.
"Isso dificulta encostar no flutuante que fica próximo as margens do canal de Bertioga, no berço entre o manguezal e o ponto de embarque e desembarque. O ideal é o retorno das balsas normais, pois elas não têm esse problema por conta do tipo de casco (fundo delas), que é estilo de rampa e, mesmo com a maré baixa, conseguem atracar, não precisando fazer paradas de até três horas, com os rebocadores amarrados a um flutuante", explicou Bibiano, que deve recorrer ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) caso não obtenha respostas sobre o fim do problema.
DH.
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Procurada na quinta-feira (14), Semil não revelou quando deixará de operar com rebocadores, apenas reiterou que todas as embarcações utilizadas na travessia estão vistoriadas e certificadas pela autoridade marítima, e são consideradas plenamente aptas para a prestação do serviço com o mesmo padrão de segurança das demais.
A Semil completa informando que. ao assumir a gestão do sistema de travessias litorâneas de SP, iniciou estudos para avaliar quais são as necessidades de cada travessia.
Para 2024, seguindo o contínuo planejamento e execução de ações de melhorias, a Semil planeja investir R$ 243 milhões em reforma de embarcações, modernização de terminais e aquisição de equipamentos.
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