Trabalhadores da Codesavi cruzam os braços em São Vicente

A situação dos serviços públicos em São Vicente deve piorar a partir de hoje. Isso porque os 1.250 funcionários da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi) decretaram greve por tempo indeterminado. A paralisação deve afetar os serviços de limpeza urbana e canais, coleta de entulho, recapeamento de ruas e reparos nos prédios municipais.

A paralisação foi decretada devido ao atraso no pagamento de salários e os cortes do vale alimentação, cesta básica e do plano de saúde. Ontem pela manhã, o prefeito Luis Cláudio Bili (PP) disse ao Diário do Litoral que tentaria realizar o pagamento dos salários. “Estamos fazendo esforços para pagar os salários. Agora os benefícios não temos previsão”, afirmou.

Na tarde de ontem, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintracomos), Macaé Marcos Braz de Oliveira, se reuniu com o prefeito Bili, o presidente da Codesavi, Flávio Santos, e o secretário de Finanças, Silvio Vassão. No entanto, o encontro não resultou em resultados positivos para a categoria.

“Quando ele nos chamou tivemos esperança de solução das pendências salariais e dos benefícios. Qual o quê? Só faltou nos mandarem rezar”, disse Macaé.

Segundo o Sintracomos, os salários que deveriam ter sido pagos nesta segunda-feira não foram depositados. O plano de saúde e odontológico está suspenso. Os 300 comissionados da companhia não recebem há quatro meses. Além disso, foram suspensos os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo (FGTS), os pagamentos de parcelas de empréstimo consignado – que são descontados dos trabalhadores –, e a liberação do PIS/Pasep.

O corte do plano de saúde dos trabalhadores atinge cerca de 2.500 pessoas. A companhia deve à Santa Casa, operadora do plano, R$ 450 mil. Ao plano odontológico, a Codesavi deixou de repassar R$ 142.166. À empresa Allcred deve R$ 157 mil, por empréstimos consignados.

Os trabalhadores da Codesavi devem se reunir no início da manhã de hoje, na base operacional da empresa, que fica na Avenida Nações Unidas, na Vila Margarida.

Sindicato denuncia Codesavi ao MP

Na última quarta-feira (4), o Sintracomos denunciou a Codesavi ao Ministério Público do Trabalho (MPT) por apropriação indébita de descontos feitos em folha de pagamento dos trabalhadores. O presidente do sindicato criticou a direção da companhia por não mandar ofício esclarecedor sobre as pendências para leitura na assembleia realizada.

A mesma denúncia já havia sido feita pelo Sintracomos, na quinta-feira da semana passada (29), à gerência regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Santos. Segundo Macaé, a Codesavi deve ao sindicato R$ 1 milhão, 252 mil e 214, por quatro meses de pagamento do plano de saúde. O Sintracomos pagou as mensalidades para garantir o atendimento dos trabalhadores.

“Apesar das nossas medidas, a empresa não se pronuncia para resolver o problema, demonstrando total desinteresse com a saúde do trabalhador e seus familiares”, reclama Macaé. “O sindicato organiza a categoria para tomar as medidas cabíveis porque os problemas que vêm acontecendo na empresa têm que ter um ponto final. A tolerância já está no limite”.