Um dos derradeiros shows na casa noturna que atravessou gerações no Canal 4 será conduzido por Julinho Bittencourt e Michel Pereira, fundador e atual dono do espaço / Rodrigo Montaldi/DL
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Agora é oficial: o tradicional bar Torto fechará as portas neste domingo. Um dos derradeiros shows na casa noturna que atravessou gerações na esquina do Canal 4, em Santos, será conduzido por Julinho Bittencourt e Michel Pereira, fundador e atual dono do espaço, respectivamente.
O motivo do fechamento do bar é o desinteresse por parte do proprietário de permanecer com o aluguel ativo. As tratativas para renovação do aluguel do espaço tiveram início ainda no final do ano passado, quando um aumento considerado por Michel ‘impraticável e fora dos padrões do mercado’ ameaçou a continuidade dos trabalhos.
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“Buscamos o diálogo, tentamos a redução dos valores com a proposta de pagamento antecipado, mas nada adiantou. E para nossa surpresa recebemos no começo de maio deste ano a intimação de despejo por denúncia vazia, que é quando o proprietário, dentro do seu direito, requer a retomada do imóvel sem justificativa ao término do contrato”, afirma.
A programação ‘Torto dos Últimos Dias’, em referência ao fechamento do espaço, inclui shows de diversas bandas e Dj’s da região. Sexta, sábado e domingo a programação vai das 22h às 4h.
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Nas redes sociais, frequentadores lamentam o fechamento do bar. “Esse é um bar clássico na Baixada Santista. A casa de Chorão”, afirmou um dos internautas. “Será muito triste passar ali e saber que não existe mais aquele lugar legal para ouvir boas músicas. O Torto faz parte da história e foi palco para muitos encontros e diversões”, destaca outra.
Ainda há uma esperança para os amantes do bar: o proprietário confidenciou que estuda uma possibilidade para a manutenção do espaço. No entanto, nada está confirmado até o momento. “Ainda estamos analisando. Por enquanto a única certeza que temos é que neste final de semana o Torto vai fechar”, conclui.
História
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Fundado em 23 de agosto de 1984, o Torto surgiu a partir do sonho de dois jovens músicos – Julinho Bittencourt e Roberto Biela – de criar um ‘palco com um bar em volta’ em um dos prédios tortos da orla santista.
O imóvel pequeno onde funcionou até esta semana o Torto passou por significativas modificações ao longo dos anos: projetado para ser uma imobiliária, o espaço foi aberto para que os dois ambientes fossem interligados e a decoração já foi composta por preciosidades, tais como jornais cujas manchetes estampavam a morte de Tancredo Neves e o impeachment do Collor, além da placa luminosa da antiga pista Chorão Skate Park.
Para Julinho Bittencourt, a grande sacada do bar foi apostar na música de qualidade e o seu fechamento iminente significa mais do que uma crise econômica, uma crise de bom gosto. “A cidade perde uma referência em música boa. Desde o início o Torto sempre prezou por ter uma programação que enfrentasse o mercado e isso se mantém até os dias atuais. Mas também entendo que a história do bar é a história da vida: a gente nasce, cresce, vive e morre. Faz parte do processo”, conta.
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