Cotidiano

Terreno onde seria escola em São Vicente é retrato do descaso

O terreno fica no bairro Japuí. Reportagem do Diário do Litoral esteve no local após denúncia feita por um morador

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/06/2013 às 15:34

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Um terreno no Bairro do Japuí, em São Vicente, que seria utilizado para a construção de uma escola de Educação Infantil, tem recebido uma nova função nos últimos anos. Abandonado pelo Poder Público, o espaço tem servido para marginais utilizarem e venderem entorpecentes e mulheres se prostituírem.

Após receber uma denúncia de um morador do Japuí, a Reportagem do Diário do Litoral esteve no local, localizado na Rua Joaquim Campos. O terreno é cercado por um muro de concreto.

Uma placa indica que a construção da unidade de ensino teria início em janeiro de 2010 e seria concluída em julho de 2011. A obra é financiada pelo Governo Federal que custou R$ 1,4 milhão.

Reportagem do DL conversou com três mulheres que residem no bairro. Sob a condição de anonimato, elas relataram os problemas vividos diariamente por conta do terreno abandonado. As mulheres serão identificadas no texto como “M”, “A” e “C”.

“O que aconteceu com essa escola é coisa política. Ninguém sabe onde foi parar essa verba do Governo Federal, é uma eterna surpresa, só estamos aguardando”, diz M.

Unidade de ensino, com custo de R$ 1,4 milhão, deveria começar a funcionar em julho de 2011 (Foto: Luiz Torres/DL)

De acordo com A, o abandono do terreno tem atraído diversos problemas. “Isso aqui virou ponto de tráfico e prostituição. É o lixão do Japuí. É um absurdo, já denunciamos e nada foi resolvido. Não adianta”.

As moradoras relatam que foram já ameaçadas por traficantes responsáveis pela venda de drogas no local. “Paramos de denunciar por isso. Temos medo. Já fomos ameaçadas e como não resolvem nada, preferimos ficar longe”, afirma A.

C relata que já se acostumou com a venda de drogas no terreno. “Passo por aqui de madrugada e o pessoal não mexe. Eles me conhecem, então não tem problema. Moro aqui há 29 anos e as coisas só estão piorando”.

Segundo ela, o terreno ainda é utilizado para o descarte de lixo. “Jogam tudo aqui. Tem sofá, lixo e um matagal que contribui para a proliferação de bichos. O que tem de rato nesse terreno você não imagina. Outro dia jogaram um cachorro morto”, afirma C.

Resposta da Prefeitura

De acordo com nota divulgada pela sua Assessoria de Imprensa, a Prefeitura de São Vicente informa que o terreno é uma herança do governo anterior e que está realizando a revisão das planilhas orçamentárias, pois a anterior de 2007 e os valores para conclusão da obra estão defasados.

“Após a conclusão da obra, serão criadas 245 vagas para Educação Infantil no bairro e professores serão remanejados para nova escola”. Entretanto, o prazo para conclusão da obra não foi informado. Ainda segundo a nota, a diferença de valor para conclusão da escola será custeada pela Cidade.

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