Cotidiano

Teatro Municipal de SP corta programação por falta de verbas

Foram adiados os espetáculos que seriam realizados, em novembro, com o grupo Fura del Baus e cancelada a ópera Così fan Tutte, de Mozart

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 26/09/2015 às 00:52

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O Teatro Municipal de São Paulo fará reduções na sua programação deste ano e na temporada anunciada para 2016. Foram adiados os espetáculos que seriam realizados, em novembro, com o grupo Fura del Baus e cancelada a ópera Così fan Tutte, de Mozart. E a temporada lírica de 2016, que teria seis títulos, agora terá três, todos no primeiro semestre. O motivo é a falta de verbas: além dos R$ 99 milhões repassados pela prefeitura, eram necessários mais R$ 13 milhões, a serem levantados com a iniciativa privada, mas apenas R$ 1,6 milhão foi captado.

"O modelo de financiamento à cultura no Brasil de hoje está muito sujeito a flutuações no cenário econômico, que leva as empresas a rever a verba destinada a patrocínio. E isso ataca diretamente projetos de longo prazo, como os pensados por grandes instituições como o Municipal. Essa é uma questão de fundo que não pode ser ignorada. E, nos últimos dias, recebemos notícias de empresas que revisaram seus planos de patrocínio e de outras que precisaram mudar as datas do repasse de verbas. Por conta disso, chegamos à conclusão de que o mais responsável seria colocar em prática essas medidas já no último trimestre e, por cautela, fazer também a revisão do próximo ano. Qualquer mudança nesse sentido vai depender da entrada de mais dinheiro", diz José Luiz Herência, diretor geral da Fundação Theatro Municipal de São Paulo.

O Teatro Municipal de São Paulo corta programação por falta de verbas (Foto: Divulgação)

Segundo Herência, no entanto, não será afetado o plano de contratar por meio de CLT os cantores do Coral Lírico Municipal e do Coral Paulistano. "Esse foi um compromisso assumido no início da gestão. No ano passado, contratamos os músicos da orquestra e havíamos previsto a contratação, em 2015, dos cantores dos corais. Esse plano foi mantido e será colocado em prática em dezembro", diz. De acordo com ele, dos R$ 99 milhões repassados pela secretaria, 70% é usado para pagamento de pessoal, "fora a manutenção do teatro e da Praça das Artes".

No caso da ópera cancelada, os assinantes e aqueles que compraram ingressos receberão o dinheiro de volta. "Vamos criar uma central de atendimento específica para que as pessoas recebam todas as informações sobre como proceder. As óperas a serem apresentadas em 2016 serão Don Carlo, de Verdi; La Bohème, de Puccini; e Lady Macbeth, de Shostakovich. "O compromisso que assumimos foi o da qualidade e, neste momento, para que isso se mantenha, é necessário oferecer um número menor de produções. As temporadas de concerto e dos grupos estáveis do teatro, como a Experimental de Repertório e o Coral Paulistano, além das escolas de música e balé, se mantém."

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